Luiz Pierre Soarez, pai de Thierry, consola o filho após ele perder a prova por ter sido assaltadoRenan Areias/ Agência O Dia

Rio - O estudante Thierry Muniz Soares, de 17 anos, teve o sonho de prestar o Enem adiado, neste domingo (3), no Centro Federal de Educação Tecnológica Celso Suckow da Fonseca (Cefet), no Maracanã, Zona Norte. Após ter o documento roubado a caminho do local, o adolescente foi impedido de prestar a primeira prova do vestibular com cópia de documento autenticada em cartório. O caso foi registrado pelo aluno e o pai, Luiz Pierre Soares, na 18ª DP (Praça da Bandeira). 
Segundo Luiz Pierre, que é autônomo e vive em Vila Isabel, o filho caminhava com três amigos até o local de prova quando foram roubados por integrantes de uma torcida organizada do Flamengo - O clube joga a final da Copa do Brasil, neste sábado no Maracanã. O caso aconteceu na Rua General Canabarro. "Eles pegaram a mochila dele que tinha um escudo do Fluminense. Estava tudo lá dentro, RG, passaporte e a inscrição do Enem", disse o pai.
Moradores de Vila Isabel, pai e filho chegaram a levar um cópia do RG autenticada em cartório para tentar acessar o local de prova, mas o acesso foi impedido por um funcionário. Na tentativa de fechar o portão, o homem teria acertado a mão de Thierry. Os portões para realização foram fechados às 13h. 
"Eu ainda cheguei há tempo com uma cópia do documento dele. Um ano de planejamento e dedicação se foram por essa idiotice de torcida e de uma atitude medíocre do rapaz lá responsável pelo Enem, que ainda machucou a mão do meu filho ao fechar o portão do Cefet", lamentou Luiz.  
A perda da prova, segundo o pai, vai impactar diretamente no planejamento do próximo ano para o filho, que já está no último ano do ensino médio e  esperava conseguir nota para cursar design gráfico. "Ficar um ano sem estudar, complicará bastante para ele tirar uma boa nota no Enem do ano que vem. Infelizmente não tenho condições de pagar um curso para ele, pois sou autônomo e pai solteiro", disse Luiz.
"Aquele rapaz poderia ter usado bom senso e ter deixado ele fazer a prova. Não entendo até agora. A ideia do Enem era usar a nova para conseguir uma boa bolsa ou tentar uma faculdade federal", finalizou Luiz.