Lia de Itamaracá foi a principal atração musical do primeiro dia da FlupMichelle Castilho/ Acervo Circo Voador
Lia de Itamaracá abriu a programação musical nesta segunda-feira (11), primeiro dia de evento, seguida da roda de samba da Pedra do Sal. Também aconteceram mesas de conversa sobre mulheres negras importantes para a sociedade carioca e brasileira, além de um aulão que contou a história da malandragem carioca, intitulado "De Zé da Luz à Madame Satã".
Segundo a organização da Flup, mais de 90% da programação é formada por mulheres negras. O tema deste ano é 'Roda a saia, gira a vida', em homenagem à historiadora, poeta e cineasta Beatriz Nascimento, uma das grandes expoentes do feminismo negro e da militância antirracista na pesquisa acadêmica.
Nesta terça-feira (12), a programação inicia às 13h, com a mesa literária Quilombo Acadêmico, que acontece até a quinta-feira no mesmo horário. "Em seguida, às 17h, acontece o Sarau Beatriz Nascimento, seguido de um debate sobre a conexão dos orixás com a periferia. O show principal será de Dona Onete, às 21h, e a roda de samba Poeira Pura fecha o evento, às 22h50.
Já na quarta-feira (13), A britânica Bernardine Evaristo, expoente da literatura internacional e a primeira mulher negra a vencer o Booker, prêmio de melhor romance inglês, marca presença na Flup. Às 20h, ela se reúne em um debate com Conceição Evaristo, importante voz do pós-modernismo brasileiro. Ilê Aiyê será a principal atração musical, e a Samba na Serrinha vai encerrar este terceiro dia de evento.
A francesa Marie NDiaye, vencedora do Goncourt, o maior prêmio literário da França, é um dos principais destaques da festa na quinta (14). Às 19h30, ela participa da mesa literária "No Conforto da Minha Concha", ao lado de Eliana Alves Cruz, jornalista e escritora que venceu o Prêmio Jabuti Contos 2022, e de Luciany Aparecida. A noite terá shows do coletivo Tambor de Crioula Filhas de São Benedito, do trio Pérolas Negras, formado por Alaíde Costa, Eliana Pittman e Zezé Motta, e da roda de samba PedeTeresa, além do 'Baile da Chefona', uma apresentação que comemora os 10 anos do Afrofunk, com participação de MC Marcelly e Jéssica do Escadão.
A programação da sexta (15) começa um pouco mais cedo, às 11h30, com a mesa literária "Elas Podem Tudo", composta pela ativista Gaby de Pretas e pela atriz e jornalista Tiamá. Depois, às 14h, a apresentadora Bela Gil e a sindicalista Creuza Oliveira promovem uma conversa intitulada "Comer é um ato político: alimentando a revolução". No quinto dia de evento, ainda acontece uma gravação ao vivo do podcast Angu de Grilo e shows de Dani Nega e convidadas e da dupla Irmãs de Pau, além da roda Azula.
O debate "Uma história que nos negaram" abre o penúltimo dia, com Siyabulela Mandela, bisneto de Nelson Mandela. Também no sábado (16), o cientista e filósofo americano Molefi Asante vai estar presente em um debate sobre o conceito de quilombismo, ao lado do antropólogo brasileiro Kabengele Munanga e da socióloga Vilma Reis. Os shows ficam a cargo de Fabiana Cozza e da roda de samba Moça Prosa.
O domingo, dia de encerramento, conta com a presença da historiadora Olivette Otele e de Aminata Traoré, ex-ministra da cultura de Mali, em um debate sobre a história apagada do povo negro, às 16h. Logo depois, às 17h30, acontece a mesa literária intitulada com o tema principal do evento, "Roda a saia, Gira a Vida", com participação da rapper colombiana Marithea, da autora equatoriana Yuliana Ortiz Ruano e da escritora Ana Paula Lisboa. Além disso, Amaro Freitas e Zé Manoel fazem o principal show do dia, cantando o clássico álbum Clube da Esquina, de Milton Nascimento. O encerramento fica a cargo do Baile do Ademar, que comemorou 15 anos em um show no Circo Voador neste ano.
Em 12 anos atuando no Rio de Janeiro, a Festa Literária das Periferias já passou pelo Morro dos Prazeres, Vigário Geral, Mangueira, Babilônia, Vidigal, Cidade de Deus, Maré, Biblioteca Parque, Museu de Arte do Rio (MAR) e Providência.
O Circo Voador fica na Rua dos Arcos, s/n.
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