Lula esteve reunido com Joe Biden e Cyril RamaphosaDivulgação / Ricardo Stuckert / PR

Rio - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) cancelou, após duas horas de atraso, a entrevista que concederia à imprensa nacional e internacional, na tarde desta terça-feira (19). A coletiva seria o último compromisso do presidente com os veículos que acompanhavam a Cúpula do G20.
A volta do presidente acontece no dia em que a Polícia Federal deflagrou uma operação para desarticular um grupo de militares de elite, os chamados "kids pretos", que teria planejado um golpe de estado e o assassinato de Lula, do vice-presidente da República Geraldo Alckmin (PSB), e do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
O presidente retornou para a Brasília no início da noite e mudou alguns compromissos da agenda.
Segundo o Palácio do Planalto, as reuniões bilaterais desta tarde se estenderam, e o presidente precisa retornar nesta noite à Brasília, onde receberá nesta quarta-feira (20) o presidente chinês, Xi Jinping.
Inicialmente prevista para começar às 14h30, a coletiva tinha atrasou porque Lula almoçou com o presidente dos Estados Unidos (EUA), Joe Biden, e reuniu-se com o primeiro-ministro do Japão, Shigeru Ishiba, e com o premiê do Reino Unido, Keir Starmer.
Último dia de G20
Os líderes do G20 estiveram no Museu de Arte Moderna do Rio para último dia de Cúpula nesta terça-feira (19). Os chefes de Estado trabalharam com foco no desenvolvimento sustentável e na transição energética, abordando estratégias para enfrentar o aquecimento global e as mudanças climáticas. Em seu discurso na terceira sessão da Cúpula do G20, o presidente Lula ressaltou a necessidade de uma mobilização global para enfrentar a crise climática.
A presidência do G20 passa à África do Sul em 1° de dezembro. Durante a gestão inédita brasileira, o grupo dos 20 realizou mais de 140 reuniões em 15 cidades brasileiras. Lula destacou que foram emitidas declarações consensuais na maioria dos grupos de trabalho. "Trabalhamos com afinco, mesmo cientes de que apenas arranhamos a superfície dos profundos desafios que o mundo tem a enfrentar", falou.
O presidente destacou a iniciativa brasileira da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, lançada na cúpula na segunda-feira (18), e o debate inédito sobre a taxação de super-ricos.