Apresentação do grupo Filhas de Gandhi durante a celebração do Dia da Consciência NegraReginaldo Pimenta/Agência O Dia
"O 20 de novembro aqui no busto de Zumbi, na Praça de Zumbi, com a deputada Benedita da Silva, que inicia junto ao movimento negro essa luta histórica pela reivindicação do feriado nacional que lá na constituinte a gente não conseguiu. Mas hoje, a várias mãos, muito por ela abrir portas, pelo senador Paulo Paim e tantos outros que passaram antes de nós, conseguimos celebrar. Não só a nossa luta, mas o simbolismo, a ressignificação e dizer que estamos chegando e vamos permanecer em todos os espaços de poder e decisão", disse a ministra.
Segundo a líder da pasta dedicada à luta pela igualdade racial, a reforça a importância da não normalização do silenciamento e do assassinato da população negra. "O povo negro merece viver dignamente. O povo negro não pode normalizar os nossos silenciamentos e assassinatos. É por isso que estamos aqui e que vamos resistir juntos", declarou Anielle.
Após o momento de fala das lideranças, foram realizadas apresentações de dança afro-brasileira com o grupo Filhas de Gandhi, liderado pela rainha Luciene Martins. O grupo Empoderar Para Não Dançar, coordenado pela coreógrafa, Deni Moura, foi outro a se apresentar durante o dia e trouxe uma mensagem de inclusão.
"Estamos aqui hoje denunciando a exploração sexual, o tráfico humano e o cárcere privado de meninas e meninos negros, que sonham com o mundo da moda. Essas vítimas, através de sofismas e falsas promessas, saem de suas casas, saem de suas casas no interiores, vão para cidade grande, muitas das vezes saem até do país, e se tornam escravos sexuais, passam por situações. As nossas leis, contudo, só permitem que eles denunciem depois que atingem a maioridade. Como que uma pessoa nessa condição vai denunciar?", questionou a presidente do sindicato, Rogéria Cardeal.
O tradicional Cortejo da Tia Ciata foi uma das apresentações que marcaram o dia de celebração da Consciência Negra. Aberta ao público, a atividade começou por volta das 12h, passando por um percurso histórico e cultural no Centro. Ao todo, foram 2h de cortejo com um apelo pelo resgate às memórias da população negra carioca.
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