Professores e servidores municipais da educação se concentram na porta da Câmara Municipal durante atoArmando Paiva/Agência O Dia

Rio - Um dia após decretar greve, professores e servidores municipais da educação voltaram a se manifestar contra projeto de lei, nesta terça-feira (26), na porta da Câmara Municipal do Rio. A categoria pede o arquivamento da proposta que amplia a carga horária de professores.

A expectativa é que o PL seja votado, na sessão desta terça-feira, pelos vereadores. O texto de autoria do Poder Executivo e de diversas comissões da Câmara prevê o fim da contagem do tempo de estágio probatório durante licenças e afastamentos, autoriza o parcelamento das férias em três etapas, revoga licença especial e regula a carga horária por minutos, não mais por hora-aula.

As mudanças devem afetar também o plano de cargos, carreira e remuneração dos servidores da educação. Durante as primeiras horas de ato, os professores permaneceram aglomerados na praça da Cinelândia, em frente ao Palácio Pedro Ernesto. O policiamento no local foi reforçado, com agentes ocupando as escadarias da sede da Câmara.
Segundo nota emitida pelo Sindicato dos Professores do Município do Rio (SinproRio), o projeto de lei é conhecido como "projeto da maldade" e está na contramão do que deveria ser. "A Prefeitura do Rio implementa a retirada de direitos e conquistas daqueles que são os principais protagonistas de uma educação de qualidade, além de reprimir com muita truculência àqueles que têm se manifestado contra as suas ações destrutivas", informou o sindicato. 
Nesta segunda-feira (25), um ato da categoria na porta da Prefeitura do Rio, na Cidade Nova, terminou com corre-corre, confronto e bombas de efeito moral atiradas pela Polícia Militar.

Após o protesto, os servidores decretaram greve por tempo indeterminado em assembleia na quadra da escola de samba São Clemente, que fica na frente da sede do município.

De acordo com a Polícia Militar, durante uma tentativa de bloqueio total da via, agentes do Batalhão de Choque utilizaram materiais de menor potencial ofensivo para impedir os manifestantes. A corporação informou que o policiamento está reforçado no local e o trânsito flui normalmente.

O professor Wagner Louza foi conduzido à 6ª DP (Cidade Nova), mas foi liberado após prestar esclarecimentos e assinar termo por resistência horas depois.