Rio - Amorte de dois funcionários terceirizados no terminal da Transpetro, em Angra dos Reis, Costa Verde do Rio, nesta quarta-feira (27), causou uma grande mobilização entre os petroleiros. O Sindicato dos Petroleiros do Rio de Janeiro (Sindipetro-RJ) diz que as denúncias de sucateamento e precarização das condições de trabalho nas unidades da Transpetro não são de hoje. A entidade também se queixa de falta de diálogo com a Petrobras e a Transpetro.
"Infelizmente esse trágico acidente acontece quando o Sindipetro-RJ/FNP vem sistematicamente denunciado a situação de sucateamento e precarização das unidades e dos trabalhadores da Transpetro, próprios e terceirizados, como nos terminais da base do Sindipetro-RJ como o Tebig e TABG", informou. O grupo lembra, ainda, que em outubro ocorreram outras mortes no sistema Petrobras, incluindo uma em Cabiúnas, unidade em Macaé.
Os trabalhadores mortos na queda de uma passarela no terminal da Transpetro atuavam na troca de uma passarela de concreto localizada acima de um reator. A estrutura contava com uma peça metálica que estava sendo removida quando ruiu, causando a tragédia.
As vítimas, identificadas como Herbert Félix Martins, de 21 anos, e Diego Nazareth, 38, eram funcionários da empresa Olicampo e faziam serviço de manutenção na estação de tratamento de efluentes do Terminal de Angra. Outro funcionário também ficou ferido no acidente. Anteriormente, o Corpo de Bombeiros havia informado que três pessoas ficaram feridas no acidente, mas retificou a informação horas depois.
Ao DIA, Leandro Lanfredi, diretor do Sindipetro-RJ, informou que está em contato com as famílias das vítimas para prestar suporte. Leandro e outros integrantes do sindicato estão a caminho de Angra dos Reis para organizar um protesto por condições seguras de trabalho.
Devido ao grave acidente, foram suspensas as reuniões com a gestão Petrobrás, que seriam realizadas nesta quarta-feira (27) e quinta-feira (28). O Sindipetro-RJ também vai realizar atos de protestos na sexta (29).
Confira um trecho da nota do Sindipetro-RJ:
"O Sindicato possui uma sub sede em Angra dos Reis e já conta com diretores e advogados acompanhando a situação, além de também exigir participar de uma investigação completa do ocorrido. Ainda, o Sindipetro-RJ prestará apoio ao Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil de Angra dos Rei e Paraty (Sticpar), entidade que representa os trabalhadores envolvidos no acidente. Há relatos de que o TEBIG está com muitas obras em andamento, isso à toque de caixa, com terceirizados sendo expostos a situação de risco de segurança.
O Sindipetro-RJ presta solidariedade às famílias dos trabalhadores que foram a óbito, assim como à família do trabalhador ferido."
O que dizem os citados
Por meio de nota, a Transpetro informou que será instaurada uma comissão para apurar as causas do acidente e que comunicou o ocorrido as autoridades. Disse ainda que está prestando todo apoio aos familiares, juntamente com a Olicampo, empresa que contratou os funcionários. "A Transpetro reafirma seu compromisso com o respeito à segurança, às pessoas e ao meio ambiente", informou. Sobre as denúncias do Sindicato, a Transpetro não comentou.
Acionada pela reportagem de O DIA, a Petrobras pediu para procurar a Transpetro.
O caso foi registrado na 166ª DP (Angra dos Reis) e uma perícia foi solicitada. Os agentes buscam testemunhas e imagens de câmeras de segurança.
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