Prefeitura do Rio assumiu gestão do Hospital do AndaraíArmando Paiva/Agência O Dia

Rio - A Prefeitura do Rio iniciou, nesta segunda-feira (9), a operação de reestruturação e gestão dos hospitais do Andaraí (HFA), na Zona Norte, e Cardoso Fontes (HFCF), na Zona Oeste.

Nesta manhã, o prefeito Eduardo Paes, o vice-prefeito eleito, Eduardo Cavaliere, e o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, estiveram no Andaraí para acompanhar a primeira etapa do cronograma de recuperação.

"Esse é um momento muito importante na saúde pública carioca, a municipalização dessas duas unidades. Estamos falando de quase 700 leitos novos sendo absorvidos pela rede municipal. Hoje, estamos assumindo o Andaraí e o Cardoso Fontes e esperamos que, daqui a um ano, aos poucos, vamos conseguir reabrir diversos leitos e setores fechados. Vamos reabrir a emergência, continuar com as altas complexidades e com a unidade de queimados, que é uma tradição do Andaraí. Enfim, botar essas duas unidades tão importantes para a cidade operando novamente", afirmou Paes.

Do total de 700 leitos, atualmente, somente 280 estão em operação: 169 no hospital do Andaraí e 111 no Cardoso Fontes.

De imediato, a equipe da Prefeitura vai conhecer o corpo clínico das unidades, os fluxos e processos atuais, avaliar e planejar as ações futuras. As primeiras intervenções serão na limpeza, contratação e remanejamento de profissionais, ampliação de serviços e dar início às obras necessárias.

O planejamento completo para o Andaraí inclui reformas das enfermarias dos setores, aumento do número de funcionários, modernização do centro de imagens, do parque tecnológico e dos elevadores e construção da nova cozinha.

"Com a municipalização desses dois grandes hospitais, queremos retomar uma rede que já serviu muito à cidade do Rio de Janeiro, para que possamos garantir o cuidado pleno da população. Esperamos que, a partir da próxima semana, já seja possível perceber imediatamente o apoio da Secretaria Municipal de Saúde nessas duas unidades que são consideradas essenciais para a população carioca", explicou Soranz.

O planejamento prevê a inauguração da nova emergência em janeiro de 2026, mas os outros andares fechados serão abertos em outubro do ano que vem. A meta é que a unidade dobre a sua produção e chegue a 167 mil procedimentos por ano em 2026.

No primeiro trimestre de 2025, a meta é reabrir o setor de emergência e fazer uma média de 300 atendimentos por dia. Atualmente, o hospital conta com 2.560 profissionais e passará a ter 3.320.

Para a ampliação do Centro de Imagens, um novo tomógrafo será instalado, além de ganhar um equipamento de ressonância magnética e reforço para o serviço de CPRE. Também haverá aumento de procedimentos oncológicos. A previsão é triplicar os exames e procedimentos realizados. O objetivo é oferecer acesso com mais qualidade, mantendo a complexidade assistencial do Hospital do Andaraí.
Protesto
Na última quinta-feira (5) servidores da saúde realizaram um protesto em frente a unidade. O ato ocorreu após o governo federal e a Prefeitura do Rio assinarem um acordo que transfere a administração do HFA e Cardoso Fontes (HFCF) ao município. 
Cerca de 100 servidores estiveram em frente à unidade de saúde, com cartazes e uma faixa com os dizeres "Lula traidor". Além do ato de hoje, integrantes do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e Assistência Social no Estado do Rio (Sindsprev/RJ) também marcaram outra manifestação na próxima segunda-feira (9), às 10h, em frente ao Cardoso Fontes, na Zona Oeste.
Entenda as mudanças

Com a mudança na gestão dos hospitais federais, será feito o repasse de R$ 150 milhões, sendo R$ 100 milhões para o HFA e R$ 50 milhões para o HFCF, para as providências imediatas. O valor será pago em parcela única, ainda em dezembro de 2024.

As mudanças fazem parte do Plano de Reestruturação dos Hospitais Federais do Rio de Janeiro, elaborado pela ministra Nísia Trindade. Além do HFA e do HFCF, outras duas unidades já iniciaram seu processo de reestruturação: os hospitais federais de Bonsucesso (HFB) e Servidores do Estado (HFSE).

A reestruturação permitirá que as unidades dobrem a capacidade de atendimento ambulatorial e voltem a ter as emergências com funcionamento pleno. O cronograma de intervenções prevê, até o primeiro semestre de 2026, obras para a reabertura das emergências, reforma das enfermarias dos setores, dos andares fechados e do serviço de oncologia, modernização dos centros de imagem, do parque tecnológico e dos elevadores e construção da nova cozinha do Andaraí – fechada há mais de dez anos.

A expectativa é de que, juntos, os dois hospitais realizem 500 atendimentos de emergência por dia, sendo 300 no HFA e 200 no HFCF. O plano de trabalho prevê ainda a recomposição da força de trabalho e ampliação de 30% dos recursos humanos.

Os investimentos permitirão o funcionamento de 700 leitos no total. Atualmente, o HFA possui 304 leitos -, porém, apenas 169 estão ocupados – e chegará a 450. Já o HFCF possui 182 leitos, com 111 ocupados, hoje, e chegará a 250. Na prática, haverá um incremento de mais de 400 leitos.

O centro de imagens do HFA ganhará um equipamento de ressonância magnética, instalação de novo tomógrafo e reforço para o serviço de CPRE. Também haverá aumento de procedimentos oncológicos no setor de imagens. A previsão é triplicar os exames e procedimentos realizados. No HFCF, os dois tomógrafos serão colocados em funcionamento. Atualmente, apenas um está funcionando.
Metas

Hospital do Andaraí - a produção atual é de 83 mil procedimentos por ano e a previsão para o ano de 2026 é chegar a 167 mil. O hospital conta com 2.560 profissionais e passará a ter 3.320.

Hospital Cardoso Fontes - produz atualmente 153 mil procedimentos por ano com estimativa de chegar a 306 mil em 2026. A unidade possui 2.006 funcionários com expectativa de ampliar para 2.600.