Médica da Marinha foi baleada e morta dentro do Hospital Marcílio Dias no Lins, nesta terça-feira (10)Pedro Teixeira/Agência O Dia
Nesta quarta-feira (11), um dia após a morte da médica Gisele, o militar esteve no hospital para uma consulta médica. Ele descreveu um cenário de pouca movimentação e reforço policial nas ruas próximas. "Eu vi pelo menos dois caminhões dos fuzileiros e uma viatura. Também tinha um blindado da Polícia Militar atravessado na pista, na rua de acesso. O clima está esquisito. Nunca há vagas no estacionamento, mas hoje tinha. A movimentação está menor em relação a um dia normal. Mas sabemos que isso será temporário", observa.
Outro denunciante, que frequenta o hospital há 10 anos, diz que ouve frequentemente barulhos de tiroteios no Complexo do Lins. "Eu levava a minha mulher para tratamento contra o câncer e também levei meu pai por anos, pois ele era transplantado renal. O sentimento é de insegurança mesmo", disse.
Uma servidora do hospital também denunciou à reportagem que trabalhar no local é desafiador devido às constantes operações policiais ou trocas de tiros entre criminosos na região. "Os aplicativos de transporte demoram muito para aceitar a corrida. É realmente um lugar perigoso, e quase ninguém aceita ser transferido para cá", afirma.
Baleada com um tiro na nuca dentro da unidade de saúde, Gisele participava de um evento no local na manhã de terça-feira (10). A Polícia Civil informou que a Marinha do Brasil está responsável pelas investigações. O órgão apura a origem do disparo que atingiu a militar. O caso ocorreu durante uma operação policial no Complexo do Lins, conjunto formado por 16 favelas, atualmente dominado pelo Comando Vermelho (CV).
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