Rogério Bezerra da Silva foi morto com quatro tirosArquivo pessoal

Rio - Um homem foi morto a tiros na frente da família no domingo (8), em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. O principal suspeito do crime é o vizinho e amigo da vítima, que está sendo procurado pela polícia.
O caso aconteceu no bairro Ponto Chic, por volta das 23h40 de sábado passado (7). Na ocasião, Rogério Bezerra da Silva, de 35 anos, foi reclamar com um adolescente de 17 anos que chutou o seu portão. O caso chamou a atenção de Ruydcley Amado de Souza, vizinho de Rogério, e o enteado dele, que acabaram se envolvendo.
"Estava tendo uma festa, foi aniversário da sogra do Ruydcley. Um jovem passou e meu portão da garagem estava aberto, esse menino empurrou e bateu no meu portão. Meu esposo falou para ele não fazer isso e disse que iria reclamar com o pai dele. O filho da mulher do Ruydcley veio para tentar cobrir o barulho do menino, achando que meu esposo ia bater nele. Mas não, ele não ia fazer isso. Nisso, Ruydcley chegou e perguntou se meu marido ia bater no enteado dele, e ele respondeu que não", conta a mulher da vítima, Jaqueline Martins, 39.
Ainda conforme a familiar, Ruydcley teria virado as costas e voltado em casa. Foi então que o enteado dele, por trás, bateu no rosto de Rogério e os dois começaram uma briga corporal.
"Separamos a briga, e o Ruydcley, que já tinha ido em casa, botado uma camisa, veio armado. Mas ninguém sabia que ele estava armado no meio do tumulto. Eu e meu esposo subimos a rua, eu atravessei para pegar meu filho, de 9 anos, e alguém chamou o Rogério. Quando ele virou de costas, o Ruydcley já veio correndo e deu um tiro nas costas do meu esposo", detalha Jaqueline.
Com a vítima caída no chão, a mulher conta ainda que o suspeito efetuou mais três disparos a queima roupa, um no pescoço, outro no rosto e o último no peito. Testemunhas que presenciaram o crime ainda tentaram socorrer a vítima, que não resistiu aos ferimentos e morreu a caminho do hospital.
"[Matou] Na minha frente, na frente do meu filho, da minha mãe. Foi na frente do filho dele [Ruydcley], dos convidados da festa", lamenta a mulher.
De acordo com a familiar, depois de efetuar os disparos, Ruydcley entrou no carro e deixou o local. Rogério, que trabalhava como promotor de vendas, estava desempregado após ser dispensado de uma empresa onde havia atuado por oito anos. Ele estava trabalhando como motorista de aplicativo e aguardava ser convocado para uma nova oportunidade de emprego.
"Ele já estava com o emprego certo, tinha mandado os documentos todos. Estava só esperando mandarem o papel para o exame admissional. No dia do enterro dele, a mulher ligou chamando ele para ir fazer o exame", relata a viúva.
O caso é investigado pela Delegacia de Homicídios da Baixada Fluminense, que representou pelo pedido de prisão do suspeito nesta terça-feira (10). O mandado foi expedido na tarde desta quarta-feira (11), até às 19h, Ruydcley ainda não havia sido localizado.
O corpo de Rogério Bezerra da Silva foi sepultado na segunda-feira (9), no Cemitério de Nova Iguaçu. Ele deixa a esposa e o filho, de 9 anos.