Movimentação na feira da Rua Aguiar, na Tijuca, nesta segunda-feira (23)Reginaldo Pimenta / Agência O Dia
Cariocas correm para garantir itens para ceia de Natal em feira e reclamam de preços
Movimentação na Rua Aguiar, na Tijuca, estava abaixo do esperado; frutas estão entre os produtos mais buscados
Rio - Na véspera de Natal, a tradicional feira na Rua Aguiar, na Tijuca, Zona Norte, apresenta um movimento abaixo do esperado, nesta segunda-feira (23). Os corredores que costumam estar lotados nesta época do ano estão vazios, e os poucos frequentadores reclamam dos preços altos dos produtos. A maioria dos clientes buscam frutas para compor a ceia natalina.
A fonoaudióloga Tatiana Fonseca, de 48 anos, frequenta a feira há anos e ficou surpresa com os preços. " Achei a feira muito vazia, bem vazia, e muito cara. Queria comprar aquelas frutas que normalmente a gente usa para ceia. Minha intenção era realmente comprar mais coisas até, mas como está bem caro, eu acabei optando por dar um passeio em alguns hortifrutis para poder ver se eu consigo preços melhores. Creio que está vazia em função do preço. E infelizmente, esse ano, fazer ceia com frutas vai ser um privilégio de poucos. Lamentável, mas é a nossa atual realidade", relata Tatiana ao DIA.
Os produtos mais procurados na feira nesta época do ano são as frutas típicas para a ceia, como uvas, cerejas, figos e peras, além de castanhas e nozes. As barracas que oferecem esses itens costumam atrair mais clientes, embora este ano as vendas estejam abaixo do esperado devido aos preços elevados.
Claudia Aparecida, dona de casa de 59 anos, desistiu de fazer as compras da ceia na feira. "Eu ia comprar algumas coisas para a ceia, mas quando vi os preços, desisti. O abacaxi, você comprava a R$ 5 ou R$ 8, hoje está R$ 15. As pessoas são muito oportunistas, tudo muito caro. Eu acabei só comprando um peixe para o meu neto que está na introdução alimentar. Verduras também vale a pena, você consegue aqueles três pacotes por R$ 10, mas em geral muito caro mesmo", explica Claudia.
Os feirantes tentam justificar os valores, citando o aumento nos custos de transporte e mercadorias. "As vendas não estão como a gente esperava. A verdade é que as coisas estão muito caras para nós comerciantes também. Então, o preço acaba ficando mais salgado. A gente entende que é difícil para o cliente, mas tudo subiu, e não tem como segurar", explica Jorge Luiz Felipe, 40 anos, feirante que vende frutas e legumes.
Muitos clientes que tradicionalmente deixam as compras de Natal para a última hora se depararam com um cenário desanimador. A expectativa de encontrar produtos frescos e em conta foi frustrada pelos preços elevados, levando muitos a repensar as ceias ou buscar alternativas em mercados e hortifrutis.
O preço da ceia de Natal teve um aumento de quase 10% em 2024 em comparativo com 2023. Batata, arroz, azeite e alho estão entre os itens que mais encareceram. O levantamento da Fecomercio destaca que o aumento está bem acima dos 4,77% de inflação no acumulado dos últimos 12 meses, considerando até novembro de 2024.
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