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Familiares, amigos e fãs se despedem de Ney Latorraca

Velório do ator acontece no Theatro Municipal do Rio, nesta sexta-feira (27)

Rio - Amigos, familiares e fãs se despediram do ator Ney Latorraca em velório no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, no Centro, nesta sexta-feira (27). A cerimônia, aberta ao público, começou por volta das 10h30 e terminou por volta de 13h20. Viúvo do artista, Edi Botelho, se emocionou bastante e recebeu o carinho de colegas. 
O diretor Mauro Mendonça Filho e os atores Tarcisio filho, Marcelo Serrado, Lucinha Lins, Marcos Frota,  Edwin Luisi, Ary Fontoura, Maria Padilha, Claudia Rodrigues e Othon Bastos compareceram ao local para dar o último adeus a Latorraca. A ex-mulher de Ney, Inês Galvão, também esteve no velório. Os dois ficaram juntos de 1983 a 1987. 
Angélica, Luciano Huck, Gloria Menezes e família e Marco Nanini enviaram coroas de flores, assim como a TV Globo, Canal Brasil, a Associação dos Produtores de Teatro, colaboradores e pacientes da Associação Brasileira Beneficente de Reabilitação e o Teatro Casa Grande. Após o velório, o corpo de Ney foi cremado às 15:00. A cerimônia foi restrita apenas aos familiares.
Ney morreu aos 80 anos, na manhã desta quinta-feira (26), em decorrência de uma sepse pulmonar. O veterano estava internado desde o dia 20 de dezembro na Clínica São Vicente da Gávea, na Zona Sul do Rio, em função do agravamento de um câncer de próstata. Ele foi diagnosticado com a doença em 2019 e passou por cirurgia. O câncer, no entanto, voltou em agosto deste ano, com metástase. 
Vários famosos lamentaram a morte de Latorraca, como Ana Maria Braga, Marco Nanini, Eliana, Luiz Fernando Guimarães, Ary Fontoura, Marcelo Serrado e Fátima Bernardes nas redes sociais.
Trajetória profissional
Filho de artistas, o cantor e crooner de boates Alfredo e da corista Tomaza, Antônio Ney Latorraca iniciou a trajetória profissional no teatro. Aos 19 anos, interpretou Pluft, o Fantasminha e, pouco tempo depois, em São Paulo, passou em um teste para o elenco da peça "Reportagem de um Tempo Mau", dirigida por Plínio Marcos, no Teatro Arena. Contudo, o espetáculo foi censurado pelo governo militar.
A estreia do artista na televisão aconteceu nas novelas "Beto Rockfeller" (1968) e "Super Plá" (1969), na TV Tupi. Ele também teve uma passagem pela Record.
Natural de Santos, em São Paulo, Ney começou a trabalhar na TV Globo em "Escalada" (1975) e integrou outros folhetins como "O Grito" (1975), "Estúpido Cupido" (1976), "Sem Lenço, sem Documento" (1977), "Dancin' Days" (1978), "Cabocla" (1979), "Coração Alado" (1980) - em que interpretou com Vera Fischer a primeira cena de estupro em uma novela das oito -, "Elas por Elas" (1982) e "Um Sonho a Mais" (1985), como a travesti Anabela. Nessa trama, inclusive, ele deu vida a seis personagens.
Em 1990, o ator foi para o SBT e fez parte da novela "Brasileiras e Brasileiros". No ano seguinte, retornou à TV Globo e brilhou em "Vamp" como o Conde Vladimir Polanski (Vlad). Ainda na emissora, o veterano trabalhou em "Éramos Seis" (1994), "Zazá" (1997), "O Cravo e a Rosa" (2000), "O Beijo do Vampiro" (2002), "Da Cor do Pecado" (2004), "Negócio da China" (2008), "Meu Pedacinho de Chão" (2014) e "Novo Mundo" (2017).
Ney também fez participações em minisséries e especiais como "Rabo de Saia" (1984), "Anarquistas, Graças a Deus" (1984), como o italiano Ernesto Gattai, "Você Decide" (1999), "Brava Gente" (2001), "SOS Emergência" (2010) e "A Grande Família" (2011), além de humorísticos como "TV Pirata" (1988), em que encarnava o memorável Barbosa, "Os Trapalhões" (1991) e "Tá no Ar: a TV na TV" (2018).
No cinema, atuou em 23 filmes, como "Audácia: A Fúria dos Desejos" (1969), "Sedução" (1974), "Anchieta, José do Brasil" (1976), "Ópera do Malandro" (1985), "Carlota Joaquina, Princesa do Brazil" (1995), "O Diabo a Quatro (2004), "Irma Vap - O Retorno" (2006) e "O Gerente" (2011).
Já no teatro, estrelou 13 peças. Ao lado de Marco Nanini, ficou 11 anos em cartaz com o espetáculo "O Mistério da Irma Vap", com direção de Marília Pêra. A comédia entrou para o Guinness Book como a peça com o mesmo elenco por mais tempo em cartaz.
 
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