Aparecida e Davi aguardam com esperança um 2025 melhorDivulgação

Rio - Quase quatro meses após o grave acidente em São Cristóvão, na Zona Norte, Davi Geovane Guimarães, de 8 anos, segue lutando para se recuperar. O menino teve o braço amputado após o ônibus em que estava tombou, na noite de 6 de setembro. O mototaxista Diego Mendes, que passava pelo local, socorreu Diego e não apenas o levou ao hospital, como também encontrou o braço e o encaminhou aos médicos, possibilitando que uma cirurgia de reimplante fosse realizada.
Davi permanece em tratamento no Hospital Estadual da Criança, em Vila Valqueire, Jacarepaguá. Ele faz curativos semanalmente e ainda precisará passar por três cirurgias. Durante esse período, Davi e sua mãe, Aparecida Guimarães, de 47 anos, estão vivendo no Instituto Nair, um abrigo privado em Duque de Caxias, que cobre os custos de deslocamento e oferece acolhimento.

Apesar do apoio recebido, Aparecida revela que seu maior desejo para 2025 é voltar para casa com o filho e retomar uma rotina normal, incluindo o retorno de Davi às aulas. "Não posso reclamar, pois nossa vida está boa graças ao acolhimento do Instituto Nair. Se não fosse por isso, a recuperação do Davi não estaria indo tão bem. Estamos muito gratos por todo o apoio que recebemos, mas, ao mesmo tempo, nosso maior desejo para 2025 é poder ir para casa. O Instituto é um lugar lindo e maravilhoso, mas não é nossa casa. Davi sempre pede: ‘Mãe, vamos embora para casa’. No momento, não temos um lar ideal, mas sonhamos em ter nosso próprio espaço em 2025", diz Aparecida.

A mãe também compartilhou que tentou voltar para a antiga casa no Jacaré, na Zona Norte, mas as condições insalubres impossibilitaram a permanência. "Nossa casa não tem água nem luz, e as condições de vida são muito precárias. Meu maior desejo é proporcionar um lar digno para o Davi", afirmou.

Aparecida espera que o processo de indenização contra a empresa de ônibus, que está em andamento, possa dar a ela a chance de reconstruir a vida com o filho. "Com esse processo, a primeira coisa que quero fazer é comprar uma casa. Todo mundo sonha com a casa própria, e eu não sou diferente. Quero dar ao Davi o lar que ele merece", desabafa.

Enquanto isso, mãe e filho se apoiam na fé para seguir em frente. "Vamos passar a virada do ano na igreja, agradecendo a Deus pelos milagres em nossas vidas. Eu creio que, com fé e confiança, tudo acontecerá da melhor forma. Nossa vitória está nas mãos de Deus", conclui Aparecida.
Situação de extrema vulnerabilidade social

A assistente social Jacqueline Nigre, que acompanha o caso de Davi Geovane e sua mãe, Aparecida Guimarães, destaca a urgência de um apoio mais amplo para a família. Segundo ela, o abrigo tem sido essencial neste momento de recuperação, mas a falta de um lar estruturado impede que a rotina do menino seja retomada plenamente.

"A situação deles é de extrema vulnerabilidade social. A casa no Jacaré não tem nenhuma condição de receber a família novamente. Não há água encanada, luz ou qualquer estrutura mínima para oferecer segurança e conforto. Para que o Davi volte à escola e a ter uma rotina normal, eles precisam de um endereço fixo e digno. É um direito básico que, infelizmente, ainda não têm", explicou Jacqueline.

Ela também ressalta a importância do processo de indenização para que Aparecida possa reconstruir a vida com o filho. "Essa indenização será um divisor de águas para eles. É essencial que a justiça seja feita, porque a mãe tem o sonho legítimo de proporcionar uma casa própria e estável para o Davi, e isso só será possível com o apoio financeiro que a indenização pode trazer", concluiu.
Situação de saúde delicada

De acordo com a assistente social, a recuperação de Davi continua sendo um processo longo e delicado. Após o acidente, ele segue realizando tratamentos regulares e passa por curativos semanais, enquanto se prepara para os próximos procedimentos cirúrgicos. Segundo Jacqueline, essas intervenções são essenciais para garantir que ele recupere sua saúde, mas a falta de um ambiente estável e adequado para sua recuperação tem gerado preocupação. Segundo a assistente social o acompanhamento médico é fundamental para o bem-estar de Davi.

"Davi ainda precisa de muitos cuidados médicos. Ele está se preparando para passar por um enxerto. Além disso, ainda precisará de outras duas cirurgias que não têm data marcada. Tudo isso exige estabilidade e acompanhamento para garantir sua recuperação completa", explica Jacqueline.