Mulher baleada por agentes da PRF deve sair do CTI esta semana, diz família
Juliana Leite Rangel, de 26 anos, vem tendo melhora considerável nos últimos dias. Ela esta internada no Hospital Municipalizado Adão Pereira Nunes há 12 dias
Médica conversa com familiares de Juliana no Hospital Municipalizado Adão Pereira Nunes - Reginaldo Pimenta / Agência O Dia
Médica conversa com familiares de Juliana no Hospital Municipalizado Adão Pereira NunesReginaldo Pimenta / Agência O Dia
Rio - A estudante de enfermagem Juliana Leite Rangel, de 26 anos, baleada durante abordagem da PRF na Rodovia Washington Luiz (BR-040), na véspera de Natal, segue apresentando melhora no seu quadro e deve ser transferida para a enfermaria esta semana. Atingida por disparo na cabeça, ela está internada no CTI do Hospital Municipalizado Adão Pereira Nunes, em Duque de Caxias, há 12 dias.
Segundo o pai de Juliana, Alexandre Rangel os médicos acreditam que ela vá para o leito de menor risco ainda nesta semana. "Deve descer para a enfermaria", comemorou o mecânico, que visitou a filha na tarde de sábado (4).
A estudante de enfermagem estava em coma induzido até o último dia 1º, quando foi iniciado a retirada da sedação, finalizada no dia seguinte. Na última sexta-feira (3), a equipe médica da unidade de saúde em Saracuruna informou que ela já respira de forma espontânea através da traqueostomia, em ar ambiente e sem a ajuda de aparelhos.
O boletim médico divulgado neste domingo (5) indica que Juliana segue em readaptação e passa por seções de fisioterapia respiratória. Ela também passa por processo de reabilitação psicomotora. "Do ponto de vista neurológico, paciente vem progredindo o nível de consciência, sem novos déficits, recuperando as funções motoras e cognitivas ainda de maneira incipiente, mas sem sinais de sequelas permanentes irreversíveis", informa o documento.
De acordo com a unidade, as condições neurológicas de Juliana evoluíram e já abre os olhos de forma espontânea, interage com o ambiente e com as pessoas, se mostrando lúcida, obedecendo a comandos, mexendo os quatro membros e apresentando sensibilidade preservada.
A jovem segue em terapia intensiva, em acompanhamento pelo serviço de neurocirurgia em conjunto com equipe multidisciplinar. Apesar da informação da família, a unidade informou que Juliana segue sem previsão de alta do CTI.
O caso
Juliana foi baleada na cabeça no último dia 24, véspera de Natal, quando seguia para ceia na casa da irmã. Ela, o pai, Alexandre Rangel, a mãe, Dayse Leite, o irmão, de 17 anos, e a namorada dele, estavam no veículo, modelo Fiat Siena, atingido por tiros dados por agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF).
De acordo com a família, os policiais não deram nenhuma ordem de parada antes de dispararem contra o veículo. Inicialmente, os agentes defendiam a versão de que ouviram tiros e, por isso, atiraram contra o carro da família.
Segundo o superintendente da PRF no Rio de Janeiro, Vitor Almada, relato à TV Globo, os três agentes, uma mulher e dois homens, admitiram o equívoco durante depoimento. O caso é investigado internamente pela corporação e os policiais foram afastados.
O Ministério Público Federal (MPF) também abriu inquérito para apurar a ação dos agentes.
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