Associação já instalou câmeras que vão ajudar no sistema de vigilânciaDivulgação

Rio - Moradores da Região da Freguesia de Jacarepaguá e do Anil, na Zona Oeste, realizaram um movimento com o intuito de apoiar órgãos de segurança pública e reduzir a violência no local. O grupo de pessoas incomodadas com o excesso de roubos e furtos se uniu e criou um sistema de vigilância colaborativa, que será inaugurado em evento neste sábado (11), depois de mais de um ano e meio de mobilização e estudos.

Com representantes de todas as associações de moradores do local, foi criada a Associação de Moradores e Associações do Bananal, Uruçanga e Quitite (Amabuq). Fábio Quintino, presidente da instituição, contou como surgiu a ideia. "O excesso de assaltos com o tempo começou a incomodar a população. Começamos a ficar revoltados com isso e tive a ideia de juntar as associações de moradores para tomar providências", destacou.
O empresário Luís Calil, 42, se mudou para aquelas redondezas atraído pela fama de tranquilidade do local. "Quando vim morar aqui, uma das questões que me trouxe foi a região ser considerada mais segura, bastante residencial. Sempre ouvi falar que as pessoas caminhavam, faziam atividade física nas ruas. Vim em busca disso", relatou.

No entanto, Calil lembra que nos últimos anos a sensação de insegurança cresceu, preocupando os moradores. "Vimos a materialização disso ao longo desses três anos que me mudei. Furtos e assaltos aumentaram e os moradores se juntaram para fazer alguma coisa que fosse diferente. A gente fez esse movimento de aglutinação. A ideia era montar um bloco de pessoas que pudesse tomar ações e ajudar a melhorar a situação", explicou o morador.
Para executar o projeto, os responsáveis contrataram a empresa de segurança Peter Graber, que atua em São Paulo, e vai ser responsável por uma central de monitoramento 24 horas. A companhia vai monitorar movimentos estranhos, e um analista de segurança alertará a Polícia Militar sobre possíveis assaltos na região. O custo desse sistema será arcado pelos condomínios e associações participantes. 

A PM está integrada ao movimento por meio do Programa 190 e informou que busca colaborar com o trabalho, o tornando mais objetivo e eficiente. 

Na ação serão utilizadas mais de 40 câmeras, que já estão instaladas, leitora de placas e um sistema de inteligência artificial dentro de uma área perimetral com 2.2 km de extensão, que abrange as Estradas do Uruçanga, Bananal e Quitite, onde vivem 5.200 pessoas em 1.733 casas e apartamentos.
Programa 190 integrado
A Polícia Militar informou que as ações do programa 190 Integrado, ferramenta tecnológica instalada em prol da segurança pública, vem tornando o trabalho mais objetivo e eficiente. 

"O sistema recebe imagens de câmeras desde que sejam de interesse da Segurança Pública, que são conectadas diretamente com o Serviço de Atendimento Emergencial 190 da Polícia Militar do Rio de Janeiro", explicou a polícia.

Os interessados, acrescentou a instituição, podem cadastrar seus dispositivos por meio do site da Polícia Militar, cedendo imagens e sistemas de alerta. As prefeituras que mantêm centros de monitoramento também podem aderir ao Programa 190 Integrado, concluiu a PM.
Região teve aumento de roubos

Apenas no mês de novembro de 2024, as Circunscrições Integradas de Segurança Pública (Cisp) da área do projeto registraram 187 roubos de rua. O aumento foi de 72% em relação a novembro de 2023, quando houve 109 crimes deste tipo. Entre janeiro e novembro do ano passado foram 1.571 roubos de rua, 13% a mais do que no ano anterior.

O roubo de veículos na região das Cisp 32 e 41 chegou a 715 entre janeiro e novembro do ano passado. O aumento foi de 26% em relação ao ano anterior. Os dados são os mais atualizados do Instituto de Segurança Pública do Rio (ISP). Não houve registro de latrocínio (roubo seguido de morte) na região nos últimos dois anos.

A Cisp 32 capta os dados de segurança pública referentes a Anil, Cidade de Deus, Curicica, Gardênia Azul, Jacarepaguá e Taquara. Já a Cisp 41 refere-se a Freguesia (Jacarepaguá), Pechincha e parte do Tanque.
*Reportagem do estagiário João Alkmin com colaboração e supervisão de Beatriz Perez