Ato exige tombamento e encerramento de atividades do quartelInstagram/Rio de Paz

Rio - Um ato organizado pela Associação Brasileira de Imprensa (ABI), Grupo Tortura Nunca Mais RJ e ONG Rio de Paz pediu, na manhã deste sábado (11), o tombamento do 1º Batalhão de Polícia do Exército, na Tijuca, Zona Norte, onde funcionou o Destacamento de Operações - Centro de Operações de Defesa Interna (DOI-Codi), um dos locais de repressão e tortura da ditadura (1964-1985). A manifestação, que contou com dezenas de pessoas, exibiu faixas e cartazes e foi feito de forma pacífica.
Evento também marca os 40 anos de fundação do Tortura Nunca Mais, em abril de 1985 - Instagram/Rio de Paz
Evento também marca os 40 anos de fundação do Tortura Nunca Mais, em abril de 1985Instagram/Rio de Paz
Entre 1970 e 1979, o DOI-Codi promoveu assassinatos, torturas e desaparecimentos no período do regime. Segundo o relatório da Comissão da Verdade, 53 pessoas desapareceram no batalhão nos anos de chumbo. Entre elas, o ex-deputado Rubens Paiva, retratado no filme 'Ainda Estou Aqui', com Fernanda Torres e Selton Mello.
Também participaram do ato ex-presos políticos que sobreviveram à repressão do local, como o jornalista Álvaro Caldas e a cineasta Lúcia Murat. O evento também marcou os 40 anos do grupo Tortura Nunca Mais, fundado em abril de 1985. 
O presidente da ABI, Octávio Costa, discursou durante a abertura do ato. "Este quartel ativo é um deboche. Nós exigimos seu fechamento, tombamento e a criação de um centro de memória. Eu sou tijucano, passo por este quartel todos os dias, e ele me envergonha profundamente. É revoltante que ainda esteja operando", disse o jornalista.