Juliana Leite Rangel foi baleada na cabeça pela PRF na véspera de NatalRede Social

Rio -  Juliana Leite Rangel, de 26 anos, baleada na cabeça por agentes da Polícia Rodoviária Federal (PRF) na véspera de Natal, apresenta uma melhora significativa em seu estado clínico. De acordo com boletim do Hospital Municipalizado Adão Pereira Nunes desta terça (14), ela está, aos poucos, deixando a respiração por auxílio de aparelhos.
De acordo com a direção do hospital, a jovem tem um bom estado geral, com sinais clínicos e laboratoriais de boa resposta ao tratamento do quadro infeccioso.
Nesta terça, a paciente segue respirando por meio da traqueostomia, já em processo de desmame. Com isso, ela fica períodos do dia fora do suporte ventilatório.
Ainda segundo a unidade, Juliana não apresenta necessidade de sedação, está despertando e interagindo com o meio, além de realizar fisioterapia motora e respiratória.
Ela segue em terapia intensiva, em acompanhamento pelo serviço de neurocirurgia, psicologia, em conjunto com equipe multidisciplinar e não há previsão de alta do Centro de Terapia Intensiva (CTI).
Relembre o caso
Juliana foi atingida por um tiro de fuzil na noite do dia 24, dentro do carro da família, na Rodovia Washington Luís (BR-040), em Duque de Caxias. Segundo o pai dela, que dirigia o carro, não havia nenhum motivo para a abordagem a tiros. Ele também foi atingido na mão esquerda e recebeu alta ainda na noite de terça-feira. O carro da família, de cinco pessoas, ficou com várias perfurações por tiro.
A Polícia Federal (PF) e o Ministério Público Federal (MPF) investigam o caso. O diretor-geral da PRF, Antônio Fernando Souza Oliveira, afirmou que a corporação apura todos os casos de excessos durante abordagens policiais feitas pelos seus agentes. Os dois homens e a mulher que participaram da abordagem foram afastados preventivamente de todas as atividades operacionais.
O caso aconteceu horas depois de o governo federal ter publicado um decreto para regulamentar o uso da força durante operações policiais. Conforme o texto, “o emprego de arma de fogo será medida de último recurso”.