Homem foi amarrado e forçado a correr pelas ruas do bairroReprodução

Rio - Um vídeo que circula nas redes sociais mostra o momento em que motociclistas arrastam um suspeito de furto, amarrado por um fio e com as mãos para trás, pelas ruas de Oswaldo Cruz, na Zona Norte, nesta quinta-feira (16). A vítima e outro suspeito foram levados à delegacia.
Nas imagens, é possível ver um dos homens correndo descalço enquanto motocicletas o rodeiam. Um dos motociclistas segura um fio com o suspeito amarrado, enquanto o homem que gravava diz: "amarraram, estão levando lá para o 'Ted'".
Em outro vídeo, os suspeitos aparecem sendo agredidos pelos populares. "Pegaram roubando e depois de desfilar com eles deram aquela 'massagem'", descreve a publicação.

Segundo a Polícia Militar, agentes do Bairro Presente do Campinho/Oswaldo Cruz do 9º BPM (Rocha Miranda) foram checar uma denúncia sobre dois homens detidos por populares na Rua Carlos Xavier, em Oswaldo Cruz, após furto de cabos. Os dois foram encaminhados para a 30ª DP (Marechal Hermes).
De acordo com a Polícia Civil, os homens foram conduzidos por policiais militares à delegacia, ouvidos e encaminhados para exame de corpo de delito. As investigações continuam para esclarecer os fatos.
Ao DIA, o delegado Flávio Loureiro contou que não houve flagrante e, por isso, ambos não ficaram presos. O titular destacou que os policiais militares que atenderam a ocorrência não sabiam dizer onde aconteceu o furto e de onde eram os cabos encontrados.
"Embora eles tenham antecedentes, sendo um deles por vários roubos, e o outro por furto, não tinha o grau de certeza necessário para ser lavrado o flagrante em relação aos dois. A PM não sabia onde aconteceu o furto, não sabia de quem era o cabo e não sabia o que tinha ocorrido. Eles prestaram depoimento e vão responder isso durante a investigação. Vamos tentar identificar o local do furto, de quem é o cabo em um inquérito normal", explicou.
Loureiro informou que a investigação tentará descobrir quem foram os responsáveis pelas agressões.
"Eles sofreram linchamento. Foram atendidos e liberados de imediato, mas foram agredidos. Quando a PM chegou no local para resgatá-los, as pessoas se afastaram. A primeira atitude ali era preservar a situação dos dois. Não é porque são criminosos que poderiam estar se sujeitando àquilo. Na hora que os policiais chegaram, não tinha ninguém agredindo. A gente vai tentar identificar essas pessoas. Sabemos que nessas situações de linchamento a identificação é difícil, mas vamos tentar. Vamos tentar achar testemunhas pra isso e seguir com essas duas investigações normalmente", completou.