Paulo Sérgio de Lima, de 29 anos, está preso desde março de 2024Arquivo / Agência O Dia

Rio - A Justiça do Rio decidiu que Paulo Sérgio de Lima, de 29 anos, que sequestrou um ônibus e manteve 16 pessoas reféns na Rodoviária do Rio em março do ano passado, irá a júri popular. Ele responde por duas tentativas de homicídio, cárcere privado e disparo de arma de fogo em via pública.
Segundo a denúncia, feita por meio da 1ª Promotoria de Justiça do Ministério Público do Rio (MPRJ) em março de 2024, Paulo atirou contra dois homens, pois acreditava que eram policiais à paisana que iriam prendê-lo. Em seguida, impediu que outros 15 passageiros, entre eles uma criança de colo e seis idosos, saíssem do ônibus. Ele também usou pessoas como "escudo humano" e atirou em via pública, colocando outros em risco. As vítimas só foram liberadas após três horas de negociação.
Um dos baleados foi o petroleiro Bruno Lima Soares, atingido por dois disparos, sendo um no tórax, que perfurou coração e pulmão, e outro no abdômen. A vítima passou por três cirurgias nos quase 60 dias de internação. Ele recebeu alta do hospital Samaritano Botafogo, na Zona Sul, no dia 3 de maio de 2024.
Na decisão que levou o acusado para júri popular, o juiz Gustavo Gomes Kalil ainda manteve a prisão preventiva de Paulo.
Relembre o caso
O sequestro do ônibus aconteceu em 12 de março de 2024. Imagens de uma câmera de segurança do guichê da Viação Sampaio, empresa responsável pelo coletivo sequestrado, registraram o momento em que o criminoso comprou a passagem em dinheiro, faltando pouco mais de 40 minutos para o embarque.
O delegado Mário Jorge de Andrade, titular da 4ª DP (Praça da República), responsável pelas investigações na época, detalhou a dinâmica do crime. "Ao efetuar o pagamento da passagem, ele tirou um pacote de dinheiro e achou que chamou a atenção das pessoas que estavam no local que, na sua visão, eram policiais. Quando o ônibus estava saindo da rodoviária, houve uma falha mecânica. Então, o motorista pediu auxílio e saiu do coletivo. Neste momento, (o sequestrador) achou que 'policiais' iriam pegá-lo. No entanto, entraram passageiros e ele fez menção de entregar a arma, como se as pessoas fossem da polícia. Um deles se assustou, saiu correndo e foi baleado", explicou.
Antes do sequestro, Paulo tinha duas passagens por roubo à mão armada. Ele também havia sido preso em 2019 e saído do sistema penitenciário em março de 2022. Segundo as investigações, o homem teria participado de um roubo a van e atirado contra traficantes da Rocinha, na Zona Sul, onde ele morava, dois dias antes do sequestro do ônibus. Os episódios resultaram na tentativa de fuga do homem para Juiz de Fora, em Minas Gerais.