Rio - O policial civil Raphael Pinto Ferreira Gedeão, acusado de matar Marcelo dos Anjos Abitan da Silva, de 49 anos, assessor parlamentar da vereadora Vera Lins (Progressistas), se entregou à polícia nesta terça-feira (21). O crime ocorreu na madrugada de domingo (19), em frente ao hotel Wyndham Rio Barra, na Barra da Tijuca, Zona Oeste.
De acordo com o advogado de Gedeão, Saulo Carvalho, "imediatamente após o ocorrido, o investigado entrou em contato com os órgãos de segurança, a fim de diligenciarem ao local dos fatos e prestarem o devido auxílio à vítima". A defesa disse ainda que Raphael "colocou-se à disposição da autoridade policial para eventuais esclarecimentos sobre os fatos ora apurados pela Delegacia de Homicídios da Capital".
Segundo a DHC, Raphael optou por se manifestar apenas em juízo e será encaminhado para audiência de custódia.
Em nota, a Polícia Civil reforçou que não tolera desvios de conduta, crimes ou abusos cometidos por seus servidores. "A investigação está em andamento e seguirá obedecendo os trâmites da legislação vigente", destacou o comunicado.
Discussão em estacionamento
Em depoimento na DHC, um sobrinho da vítima contou que Marcelo estava hospedado com a família no hotel Wyndham Rio Barra desde a virada do ano, como costumam fazer. O parente relatou que ouviu um barulho constante de buzina e, pouco depois, cinco disparos em uma sequência rápida. Da varanda, ele viu uma picape prata e um carro preto e desceu até a portaria junto com a namorada e o primo, acreditando que o tio poderia ter sido assaltado, já que ele estaria chegando do trabalho.
O trio chegou a voltar para o quarto ao ver a Polícia Militar e os bombeiros no local e acreditar que o caso não tinha relação com o assessor. Mas, pouco depois, ao descer outra vez, o sobrinho encontrou a mulher e o filho de Marcelo próximos ao corpo, na entrada do hotel. Na oitiva, ele disse ainda que um bombeiro civil do estabelecimento contou que houve uma discussão entre Abitan e o motorista de um carro que tentava entrar no estacionamento. Logo depois, o suspeito atirou.
No relato, o familiar afirmou que ouviu no local um policial dizendo que o autor dos disparos era um "colega". O jovem relatou também que, além da picape e o veículo do tio, viu um sedã preto atrás do assessor, que deixou o local em baixa velocidade pela Avenida Lúcia Costa, em direção ao condomínio Barramares.
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.