Diogo Jordão estava internado no Hospital Estadual Getúlio Vargas, na PenhaReprodução / Redes Sociais

Rio - O policial militar Diogo Marinho Rodrigues Jordão, de 37 anos, baleado na cabeça na megaoperação realizada nos Complexo da Penha e do Alemão, morreu na manhã desta segunda-feira (27). O PM, lotado no Batalhão de Polícia de Choque (BPCHq), estava internado no Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha, na Zona Norte.
Amigos de Diogo chegaram a pedir doações de sangue para auxiliar na sua melhora em uma campanha nas redes sociais. Ele estava na corporação desde 2018 e deixa a mulher e dois filhos. O sepultamento está marcado para a tarde desta quarta-feira (29), no cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap, na Zona Oeste.
O agente é a sexta vítima fatal da ação ocorrida na última sexta-feira (24). Os outros cinco mortos são: o jardineiro Carlos André Vasconcelos, de 35 anos, atingido por um tiro nas costas a caminho do trabalho, próximo à estação do BRT da Penha; Antônio Júlio Cláudio, 53, morador do Complexo do Alemão; Geraldo Carlos Barbosa dos Reis, 67; um adolescente de 16 anos, que, segundo a polícia, tinha envolvimento com o tráfico no Alemão; e um jovem de 21 anos, identificado apenas como Ryan.
A operação policial no Complexo do Alemão e na Penha aconteceu no dia do aniversário do criminoso Edgard Alves de Andrade, conhecido como Doca ou Urso, chefe do tráfico da Penha. Considerado um dos traficantes do alto escalão no Comando Vermelho e um dos mais procurados do Rio, ele completou 55 anos na sexta-feira (24). Doca, que batizou a sua quadrilha como "Tropa do Urso", está à frente, segundo as investigações da Civil, de dezenas de invasões sangrentas em comunidades do estado nos últimos três anos.
De acordo com a Polícia Militar, a ação teve como principais objetivos controlar ações de criminosos e combater o roubo de veículos e cargas na região metropolitana. Policiais do Batalhão de Ações com Cães (BAC) e do Batalhão de Polícia de Choque (BPChq) apreenderam cerca de uma tonelada de material entorpecente, materiais para endolação e uma carabina. Uma granada foi encontrada em uma via e houve apreensão de armas. As equipes localizaram ainda uma estufa de maconha.
Quem são os outros feridos?
- Wander Souza dos Santos, de 21 anos, morador da Fazendinha, na Penha. Ele foi atingido de raspão no quintal de casa, enquanto se preparava para ir a uma entrevista de emprego. O jovem ficou internado no Hospital Estadual Getúlio Vargas, mas já recebeu alta.
- Anna Luiza Barbosa Roupa, de 19 anos, baleada de raspão na cabeça. Ela também foi levada para o HEGV, recebeu atendimento e foi liberada;
- José Batista da Silva, de 78 anos, baleado no peito. Ele foi levado para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Alemão. De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde (SMS), ele deixou a unidade depois dos primeiros cuidados.
- Juan Torres, de 19 anos, baleado na cabeça. Ele foi socorrido e levado para a UPA do Alemão e deixou a unidade após o atendimento.
- Rosinei Ribeiro da Silva Viana, de 32 anos, foi socorrido em estado grave para UPA do Alemão e transferido para o Hospital Municipal Souza Aguiar. A SMS informou que seu quadro segue grave;
- Idoso de 61 anos baleado no ouvido direito;
- Moradora de 32 anos foi baleada de raspão e levada para a UPA do Alemão.
Segunda morte de PM em 24h
A morte de Diogo é a segunda de um agente da corporação ocorrida em 24h. Neste domingo (26), o policial militar Marco Paulo Freire de Azevedo, de 38 anos, foi morto a tiros em uma tentativa de assalto, na Avenida Infante Dom Henrique, na altura da na Praia do Flamengo, Zona Sul. Ele estava indo para o trabalho no 19º BPM (Copacabana).
Uma câmera de segurança flagrou um dos suspeitos usando um colete à prova de balas correndo em direção ao PM. O caso é investigado pela Delegacia de Homicídios da Capital (DHC)
O militar ingressou na corporação em setembro de 2012. Ele deixa um filho de 16 anos.