Valdenir foi preso nesta segunda-feira (27), suspeito pelo crimeArquivo pessoal

Rio - A personal trainer Ilines Valesca da Silva Carnaval, 29 anos, começou a sofrer agressões de seu marido, Valdenir da Silva Almeida, 39, em dezembro do ano passado. Em um áudio enviado à irmã, a vítima relatou que ele bateu nela. Ilines queria buscar ajuda na delegacia para realizar um exame de corpo de delito e formalizar a denúncia.
Neste domingo (26), a personal foi encontrada morta com sinais de enforcamento no banheiro da casa onde vivia com Valdenir, em Belford Roxo, na Baixada Fluminense. Ele foi preso por agentes da 54ª DP (Belford Roxo) nesta segunda-feira (27), suspeito pelo crime. Os dois trabalhavam juntos em uma academia na região.
"Eu preciso ir para a delegacia, preciso fazer corpo de delito. Preciso ir para a delegacia da mulher! Eu não posso ir sozinha, não tenho condições de ir sozinha. Ele me machucou, foi naquele dia que você me ligou. Não me machucou tanto, mas ele me bateu", relatou a vítima no áudio, chorando. 
Imagens das câmeras de segurança do prédio mostram o momento em que as agressões começaram, ainda no corredor, no domingo, dia do crime. Veja o vídeo:
 
Segundo a irmã da vítima, Francielem Carnaval, Ilines estava pronta para deixar a casa que dividia com Valdenir. "Ela ligou para a minha irmã falando que estava indo embora. Quando chegamos no prédio, depois da perícia, a roupa dela estava toda arrumada para vir embora. Ela não queria mais ficar lá", contou.
De acordo com as investigações, Valdenir chegou a relatar aos policiais que Ilines tirou a própria vida. A vítima foi encontrada com uma corda no pescoço. "Mas as provas indicam para feminicídio. O laudo aponta asfixia mecânica. Ele forjou a cena do crime para simular suicídio. É assim que a polícia está trabalhando", detalhou a delegada Cristiana Onorato, responsável pelas investigações.
Contra Valdenir, foi expedido pela Vara Criminal de Belford Roxo um mandado de prisão temporária, com validade de 30 dias. O velório de Ilines está marcado para essa terça (28), às 8h30, no Parque Jardim de Mesquita, também na Baixada. O sepultamento ocorre às 10h.
O advogado Clhysthom Thayllon, que representa Valdenir, alega que está sendo feito um pré-julgamento dos fatos e uma antecipação de uma condenação. "O crime não existiu. Ele passou o dia na casa da mãe dele e tem como provar. No momento dos acontecimentos dos fatos, ele não estava nem no apartamento deles. Através do laudo técnico da perícia será devidamente comprovada a inocência do Val", comentou.