Para se solidarizar com quem tem câncer como a #VádelençoReprodução Instagram

O Dia Mundial do Combate ao Câncer, 4 de fevereiro, é uma oportunidade para que sejam feitas reflexões e disseminadas informações sobre prevenção e controle do câncer, e levar questões atuais sobre a doença à população em geral e tentar alertar para hábitos saudáveis. Neste ano, o Instituto Nacional do Câncer (Inca) dará destaque a depoimentos inéditos e nos cuidados oncológicos com o tema 'Histórias únicas, desafios em comum'.O objetivo é resgatar as histórias das pessoas em torno da questão do câncer. O Inca integra a campanha global "Unidos pelo Único", promovida pela União Internacional para o Controle do Câncer (UICC), organização não governamental sediada em Genebra, na Suíça, e que reúne mais de mil entidades em cerca de 160 países. A campanha da UICC, que terá duração de três anos (2025-2027), visa destacar histórias únicas relacionadas ao câncer e reforçar a importância de um atendimento centrado nas pessoas.
Neste 4 de fevereiro, muitas ações para quem quer acabar com a doença e dar dignidade aos pacientes estão sendo realizadas. Tem a campanha Vá de Lenço, promovida pelo Movimento Todos Juntos Contra o Câncer (TJCC) da Abrale, que incentiva as pessoas a usarem um lenço neste dia e postarem nas redes sociais com as hashtags #VáDeLenço #DiaMundialDoCâncer #MovimentoTJCC #WorldCancerDay, a campanha "United by Unique", liderada pela União Internacional para o Controle do Câncer (UICC), entre outras.
No auditório do Hospital do Câncer II, no Santo Cristo, haverá uma solenidade, de forma presencial e online, sobre Prevenção e controle do câncer em tempos de capitalismo de vigilância: caminhos para o combate à desinformação, com Fernando Lopes Tavares de Lima, pesquisador da Coordenação de Prevenção e Vigilância do Inca e Telma de Almeida Souza, chefe da Divisão de Ensino Lato Sensu e Técnico da Coordenação de Ensino do Inca, além do lançamento da edição temática da Revista Brasileira de Cancerologia: Vigilância do câncer e fatores de risco, com as presenças de Roberto Gil, diretor-geral do Inca, e Gulnar Azevedo, reitora da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).
Além disso um debate sobre histórias únicas, desafios em comum com a oncologista Flavia Santana, a ouvidora-geral Cristiane Vaucher, Aline Montez, enfermeira e paciente em tratamento no Inca, e Fernanda Vieira, gerente geral do Inca. Como moderadora, a jornalista Gabriela David, da Globonews.
Um olhar positivo
Por falar em história, a escritora Carmen Alves, autora do livro Lágrimas do Sol, recém-lançado pela Helvetia Editora, nunca desistiu. O amor incondicional à vida foram determinantes para que ela enfrentasse muitos anos de tratamentos, 11 cirurgias e outros desafios pessoais para alcançar a cura. A carioca, de 55 anos, descobriu um câncer raro e incurável aos 19 anos, e, apesar da previsão de dois meses de vida, enfrentou tudo com um olhar positivo para a vida rodeada de amor. Hoje, leva uma vida plena.
Durante os últimos 36 anos, passou por tratamentos no Brasil e no exterior, concluiu a faculdade de Educação Física, atuou como executiva em grandes empresas no Brasil e na Suíça, encontrou um grande amor e se casou, conheceu o mundo e ainda pratica esportes radicais, como montanhismo, esqui, paraquedismo e mergulho. A doença nunca a limitou.

"A vida me atropelou em vários momentos e sempre me reergui como uma fênix. Por isso, quero compartilhar minha jornada para inspirar e servir de acolhimento ao redor do mundo, não só para as pessoas que enfrentam o câncer, como eu, mas sim, todas as pessoas que de alguma forma ou por algum motivo, não enxergam sentido na vida. Desistir não é uma opção! Ser feliz é um ato de coragem, acredite!", reflete Carmen.
No livro, a autora conta em detalhes e com muita emoção toda a jornada de vida para sobreviver ao diagnóstico do câncer, os inúmeros tratamentos, as 11 cirurgias e os acontecimentos pessoais que permearam esses momentos. Também são narradas nas páginas de “Lágrimas do Sol” a perda devastadora de seu amado irmão, e de outros familiares, a conclusão da faculdade de Educação Física entre os tratamentos, e a vida profissional, em cargos de destaque no Brasil e na Europa, que a doença jamais limitou.
O encontro por acaso do amor de sua vida, o suíço Pascal Schwertfeger, que assina o prefácio do livro e que Carmen conheceu em um show do grupo Terra Samba, em Zurique, e as viagens e aventuras como mergulhar em águas internacionais e participar da 1ª expedição de alta montanha somente para mulheres na Bolívia, mostram que cada um de nós pode ir muito além do que imagina.
Práticas integrativas, mais equilíbrio
Quem também tem uma história com desfecho feliz é a professora de yoga e meditação Luciana Lobo. Em 2018, ela foi diagnosticada com câncer de mama. Teve apoio de familiares, amigos e do marido e depois fundou o Instituto ZENcancer que auxilia no tratamento com ioga restaurativa, movimentação humana, reike, florais e outras terapias. Em entrevista ao jornal O DIA, Luciana Lobo fala sobre sua experiência e desejos.
O DIA: O que representa para você o Dia Mundial do Combate ao Câncer?

Luciana Lobo: O Dia Mundial do Câncer, estabelecido em 4 de fevereiro, é um momento de conscientização e mobilização global. Representa um compromisso coletivo com a prevenção, o diagnóstico precoce e o acesso a tratamentos e cuidados de qualidade. Para mim, como paciente oncológica e fundadora do Instituto ZENcancer no Brasil e da Associação ZENcancer Portugal, essa data reforça a importância do acolhimento e do bem-estar integral para todas as pessoas tocadas pelo câncer.

O DIA: Você acredita que, com a mobilização de todos, seja possível ao menos diminuir a incidência de casos?

Luciana Lobo: O câncer é uma doença multifatorial, mas sabemos que informação e mobilização social são fundamentais para educar sobre hábitos saudáveis, diagnóstico precoce e acesso a tratamentos. Essas ações podem salvar vidas e reduzir significativamente a incidência e mortalidade da doença. Além disso, iniciativas que promovem o bem-estar físico e emocional fazem toda a diferença na jornada de quem convive com o câncer. Vejo diariamente como as práticas integrativas e complementares em saúde (PICs) como yoga, meditação, terapia floral, reiki e arteterapia ajudam pacientes a olharem para os desafios do tratamento com mais equilíbrio e qualidade de vida.

O DIA: Você tem uma ONG, o Instituto ZENcancer, que faz um trabalho de excelência. Você já expandiu para Portugal e agora pretende levar para onde?

Luciana Lobo: O Instituto ZENcancer nasceu em 2018 da minha experiência como paciente oncológica, com o propósito de oferecer acolhimento e autocuidado por meio da Yoga Restaurativa. Com a pandemia em 2020, expandimos as atividades para o ambiente online, alcançando diversas cidades do Brasil e outros países. Em 2022, fundamos a Associação ZENcancer Portugal e, em 2024, demos mais um passo importante ao firmar uma parceria com a Liga Angolana Contra o Cancro, ampliando nossa rede de acolhimento para mais países de língua portuguesa. Nosso objetivo é conectar voluntários, fortalecer parcerias e garantir que pacientes, familiares e profissionais da saúde tenham acesso a um suporte integral. O ZENcancer quer seguir expandindo essa rede de bem-estar para outras nações, consolidando um movimento global de acolhimento humanizado.

O DIA: Muito bacana essa campanha Vá de Lenço, que o ZENcancer também está apoiando. Vocês estão colaborando com mais alguma?

Luciana Lobo: Sim! Além da campanha Vá de Lenço, promovida pelo Movimento Todos Juntos Contra o Câncer (TJCC) da Abrale, que incentiva as pessoas a usarem um lenço no dia 4 de fevereiro e postarem nas redes sociais com as hashtags #VáDeLenço #DiaMundialDoCâncer #MovimentoTJCC #WorldCancerDay, também estamos participando de outra iniciativa global.Estamos apoiando a campanha "United by Unique", liderada pela União Internacional para o Controle do Câncer (UICC), a convite da Fundação do Câncer.
Essa iniciativa, com duração de três anos (2025-2027), destaca a importância do cuidado centrado no paciente e incentiva o compartilhamento de histórias reais para inspirar outras pessoas e reduzir o estigma da doença. Apoiamos essa campanha porque acreditamos que o câncer não define ninguém – e que o acolhimento e o bem-estar são essenciais nessa jornada. Mostrar histórias reais de superação e autocuidado ajuda a quebrar tabus e a criar um ambiente mais empático e inclusivo para quem vive essa realidade.