Rio - Um segurança do Hospital Municipal Souza Aguiar, localizado no Centro, se envolveu em uma confusão com um paciente, dentro da enfermaria da unidade, nesta segunda-feira (10). Na discussão, o funcionário chegou a dar um tapa no homem e derrubar o celular de uma outra pessoa. A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) apura o caso.
Segundo a SMS, o paciente em questão estava internado no 2º andar e o acontecimento ocorreu no 6º após ele discutir com funcionários. Durante a tentativa de retirá-lo do espaço, o segurança disse que ia chamar a polícia e ambos começam a discutir. Na porta da sala, o servidor atinge o homem com um tapa. No corredor do hospital, ele derruba o celular de um amigo do paciente, que filmava a confusão.
Nas redes sociais, o paciente relatou que o segurança tinha implicância com ele por outra ocasião. "Desde o dia que eu reclamei dele dando em cima da minha mulher. Daí em diante ele só esperou a oportunidade. Eu não estava fazendo nada, só queria um remédio porque meu fêmur está quebrado. Eu estou com muita dor, nem um acesso eles me colocaram. Estou passando dia por dia sustentando a dor a seco", escreveu.
Procurada, a SMS informou que a direção do hospital recebeu os vídeos e abriu uma sindicância para apurar o ocorrido. De acordo com a secretaria, o homem discutiu com outros pacientes e funcionários fora do seu andar de internação. Por isso, os seguranças foram chamados para conduzi-lo de volta ao seu leito.
O prontuário que o DIA teve acesso mostra que o homem deu entrada na unidade devido a um acidente de moto no dia 14 de janeiro. Ele passou por um procedimento para evitar encurtamento ósseo mas, mesmo sabendo da necessidade de outra cirurgia, deixou o hospital por conta própria em três oportunidades.
Em 5 de fevereiro, ele retornou pela quarta vez, ficando internado até o episódio desta segunda. De acordo com o documento, o paciente entrou na sala de enfermaria sem autorização xingando o chefe do serviço de ortopedia e outros médicos presentes.
Confusão no Rocha Faria
Em menos de uma semana, uma segunda confusão aconteceu em uma unidade municipal, desta vez no Hospital Rocha Faria, em Campo Grande, na Zona Oeste. Na última quarta-feira (5), uma discussão entre uma paciente, a pessoa que a acompanhava e dois funcionários terminou em agressão. Os trabalhadores foram demitidos.
No vídeo que circulou nas redes sociais, a mulher e o amigo, um homem transexual, aparecem discutindo com os colaboradores. Em determinado momento, uma das vítimas começa a gravar e um dos servidores também. A briga se intensifica após o homem pegar o telefone da mão do funcionário. Ainda na gravação, um policial presencia a confusão, mas não separa as agressões.
Discussão entre paciente, seu acompanhante e dois funcionários termina em agressão no Hospital Municipal Rocha Faria, em Campo Grande.
Em nota, a direção do hospital informou que o casal tentou furar a ordem de prioridade dos atendimentos, proferindo vários insultos aos profissionais enquanto produziam vídeos para as redes sociais. O homem trans refutou a informação e diz que só passaram na frente de outras pessoas após a médica chamar e que os dois só queriam que alguém checasse a pressão da mulher, que não estava se sentindo bem.
"Ela poderia muito bem verificar a pressão e poderíamos aguardar. Ela mesmo que passou a gente na frente e o vigilante não gostou. E teve essa confusão toda", disse.
"Me trataram com homofobia também. Eu errei por pegar o celular dele. Mas da mesma forma que ele disse que não queria ser gravado e minha amiga abaixou a câmera e não mostrou o rosto dele, ele ligou o celular e foi gravar o meu rosto. Foi na hora que eu tirei o celular da mão dele e ele me deu aquela banda, eu não podia nem revidar, não consegui nem encostar a mão nele. Os guardas souberam me segurar, mas quando foi ele para cima de mim, ninguém soube me defender. O hospital tentou comprar a gente para não postar o vídeo, e eu falei: já postei", garantiu.
A unidade admitiu que, após insultos, dois agentes da portaria perderam o controle e agrediram fisicamente os envolvidos. Segundo o hospital, ninguém ficou ferido. A paciente recebeu atendimento, realizou exames que não apontaram alterações e ela teve alta.
"A direção da unidade repudia o ocorrido, demitiu os dois profissionais envolvidos nas agressões e registrou um boletim de ocorrência junto à Polícia Civil para investigação dos fatos. Um policial militar que testemunhou toda a confusão, desde o início dos insultos, conduziu os envolvidos para a delegacia", disse em nota.
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.