Prefeitura alertou foliões sobre calor em excesso durante o carnavalMarcos de Paula/Prefeitura do Rio

Rio - O calor pode ficar ainda mais forte no Rio, que deve enfrentar temperaturas de até 41°C durante esta semana. Por conta disso, a Prefeitura do Rio convocou uma coletiva neste domingo (16) para orientar a população e ligar o sinal de alerta.

Durante sua fala, o prefeito Eduardo Paes (PSD) descartou cancelar blocos de rua e demais eventos da agenda de Carnaval caso a cidade enfrente uma onda de calor, mas pede cuidado aos foliões.

"Ninguém vai dizer 'por favor, cancele os blocos de rua que estão saindo daqui'. Eles sempre tiveram uma temperatura de 70 graus à sombra. São medidas que a administração pública jamais vai conseguir impor, porque a gente não tem como controlar tudo que acontece na cidade. Vivemos um calor ainda mais intenso do que essa cidade quente nos oferece", disse.

Paes ainda fez um pedido aos foliões: "beba mais água! Hidrate-se melhor!". Nesta semana, pode ser a primeira vez que o Rio irá enfrentar o Nível de Calor (NC) 4.

E completou: "Nós não vamos controlar ninguém. Queremos que as pessoas tenham consciência dos riscos. São precauções que a própria população tem que tomar. Não iremos pautar a vida das pessoas".

De acordo com o Climatempo, as temperaturas devem chegar às máximas de 39°C neste domingo (16), 40°C na segunda-feira (17) e 43°C na terça-feira (18). Na quarta (19), há previsão de queda brusca de temperatura, mas a máxima ainda é alta: 38°C.

"A ciência hoje nos permite ter um grau maior de previsibilidade e entender os efeitos nocivos desse excesso de calor na saúde das pessoas. Além dos riscos que isso pode ocasionar, podendo levar até a morte. A gente quer que saia todo mundo de casa feliz, curtindo a nossa cidade. Não é à toa que o Rio é a cidade dos espaços públicos, das praias", destacou Paes, após previsão indicar uma semana mais quente que a anterior.

Desde junho, o COR-Rio monitora os níveis de calor. A classificação tem cinco níveis de risco, de Calor 1 a Calor 5, que variam de acordo com a temperatura e a umidade relativa do ar.
Por conta do calor e da alta temperatura que faz no Rio neste domingo, o prefeito cancelou as agendas posteriores no Complexo do Alemão e em Ramos, como medida de prevenção à saúde.

Ações no NC4

Após a cidade atingir o NC4, as ações deixam de ser apenas de comunicação. Serão abertos 58 pontos de resfriamento, como Naves de Conhecimento, Parques e Vilas Olímpicas, à população. Além disso, serão feitas paradas para hidratação de funcionários que trabalham expostos aos sol.

Há ainda a possibilidade de suspensão de eventos, caso medidas de adaptação não sejam adotadas e as aulas de educação física nas escolas sejam transferidas para espaços cobertos. Também é recomendado aumento da ingestão de água, uso de roupas leves e não exposição direta ao sol nos horários de pico de calor.

De acordo com o chefe-executivo do COR-Rio, Marcus Belchior, os pontos de resfriamento vão ser locais que possibilitem sombra e hidratação.

"São áreas que possibilitam sombra, pontos de hidratação, de água, de banheiro. São parques municipais, Vilas Olímpicas e outros equipamentos municipais. Eles estão no aplicativo do COR", explicou.

Fevereiro mais seco da história

De acordo com Raquel Franco, meteorologista do COR, esse pode ser o fevereiro mais seco da história. Até o momento, a média de chuva registrada é de 0,5mm.

Dos 45 primeiros dias de 2025, o Rio esteve 27 deles fora do Calor 1, de acordo com dados do Centro de Inteligência Epidemiológica (CIE).

"Gerando uma projeção para os próximos meses, dá para ver que estamos com faixa de probabilidade de 40 a 50% de, no próximo trimestre, final do verão e início do outono, de termos temperaturas acima da média para a cidade", disse Raquel.

Aumento de atendimentos nas emergências devido ao calor

Segundo o secretário municipal de saúde Daniel Soranz, em janeiro houve aumento no número de atendimentos de pacientes com problemas relacionados ao calor excessivo.

"A Secretaria de Saúde já verifica um aumento de pessoas procurando as emergências com problemas relacionados ao calor, principalmente desidratação e descompensações de doenças crônicas. Só no mês de janeiro a gente estima que cerca de 3 mil pessoas foram atendidas por problemas ligados ao calor", disse.

A cidade registrou uma morte por dengue que estava ligada à desidratação. Soranz também destacou o aumento nos atendimentos nos institutos de cuidados aos animais por calor em excesso e queimaduras nas patas.

Participaram da coletiva o prefeito, Eduardo Paes, o vice-prefeito, Eduardo Cavaliere, o chefe-executivo do COR-Rio, Marcus Belchior, o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, a secretária municipal de Meio Ambiente e Clima, Tainá de Paula, e a meteorologista chefe do Sistema Alerta Rio, Raquel Franco.