Atualmente, escola tem 850 alunos matriculados, mas capacidade é de até 2 mil estudantesDivulgação/Governo do Estado/Rafael Campos

Desde que o Rio de Janeiro passou a se encontrar em nível de calor 4, a cidade precisou se adaptar para evitar danos às pessoas. Nas escolas não foi diferente. Ações como a suspensão de atividades ao ar livre e mudanças em horários foram tomadas. Porém alguns pais de alunos ainda cobram para que os colégios adotem mais atitudes.
Paulo Souza, que é pai de Clara Souza, de 16 anos, aluna de uma escola particular da Zona Norte do Rio, acredita que as diretorias das escolas devem incentivar cada vez mais a hidratação dentro dos períodos letivos e pede que para que todas as salas de aula da cidade sejam climatizadas.
“É inconcebível saber que existem salas de aula no Rio de Janeiro que não possuem ar-condicionado. É preciso que todas sejam climatizadas. Outra coisa que as direções de escolas podem fazer é estimular que os alunos levem garrafas de água e disponibilizem água gelada para eles em 100% do tempo”, afirmou o pai.
“Eu vejo que o calor excessivo atrapalha demais o desempenho escolar. Acredito que seja difícil até para os professores manter a concentração dos alunos, fazer com que eles foquem no que está sendo mostrado em sala de aula. Isso pode gerar até uma ansiedade”, completou.
Em colaboração ao apelo do pai, a psicopedagoga Carlayne Carvalho, reitera que o desenvolvimento de crianças e adolescentes pode ser realmente prejudicado por conta do calor excessivo, por muitos motivos.
“A onda de calor pode impactar significativamente o desenvolvimento das crianças nas escolas. O desconforto térmico pode gerar irritabilidade, fadiga e dificuldades de concentração, o que compromete o aprendizado. Além disso, a exposição prolongada ao calor intenso pode levar à desidratação e ao aumento do cansaço, dificultando a participação ativa nas atividades escolares”, explicou a psicopedagoga.
A profissional também explicou que as escolas deveriam prestar mais atenção na questão dos uniformes utilizados pelos alunos nos dias mais quentes, pois eles impactam diretamente no desempenho escolar.
“Quando as escolas exigem vestimentas inadequadas para o clima, como calças e camisetas de manga longa, os alunos tendem a sentir ainda mais desconforto, o que pode aumentar a inquietação, reduzir a atenção e dificultar o desempenho cognitivo. O ideal seria flexibilizar o uso do uniforme, permitindo roupas mais leves e confortáveis para favorecer o bem-estar e a disposição para o aprendizado”, concluiu.
Medidas tomadas pela Secretaria de Educação
A Secretaria do Estado de Educação (SEE), por meio de nota enviada ao DIA, explicou quais medidas vem tomando para evitar um maior desgaste de crianças e adolescentes.
“A Secretaria de Educação reconhece a importância de garantir um ambiente escolar adequado para os estudantes e que as altas temperaturas que temos enfrentado no estado podem impactar o bem-estar dos alunos. Portanto, a Secretaria de Educação segue trabalhando e investindo na climatização de todas as escolas, seja para a compra e instalação dos aparelhos em unidades que só precisam dos equipamentos, ou em projetos de adequação elétrica.
Visando o bem-estar dos alunos e profissionais da educação, por conta das altas temperaturas no Rio de Janeiro, a Secretaria de Estado de Educação tomou algumas medidas que visam amenizar os efeitos do calor nas escolas. A pasta enviou algumas diretrizes aos gestores escolares que deverão ser cumpridas nas unidades.”
São elas:
1 – Incentivar o consumo de líquidos, especialmente água, pelos alunos e orientar o preparo de alimentos mais leves para a merenda escolar;
2 – Não realizar atividades ao ar livre ou na área externa;
3 – As unidades escolares com inoperância de seus sistemas de climatização estão autorizadas a reduzir a carga horária presencial em até 50% no mês de fevereiro/2025, e/ou prover rodízio de turmas nas salas de aula refrigeradas;
4– As escolas que reduzirem a carga horária deverão prover, preferencialmente, o conteúdo pedagógico por meio de recursos tecnológicos.