Presos devem retornar ao Complexo Penitenciário de Gericinó, em BanguArquivo / Reginaldo Pimenta / Agência O Dia

Rio - O retorno de dois traficantes que estavam detidos em presídios federais para penitenciárias estaduais, autorizado pela Justiça do Rio, tem relação com um relatório que constatou uma boa conduta de ambos e a relevância do apoio familiar para a reinserção social.
Segundo o Tribunal de Justiça do Estado do Rio (TJRJ), no caso de Cláudio Henrique Mariano dos Santos, o "Dr. Santos", e de Edmilson Ferreira dos Santos, o "Sassá", houve decisão anterior da Justiça Federal que diminuiu o prazo de renovação de suas permanências em presídios federais para um ano, expirando em 2025.
De acordo com o órgão, a Secretaria de Estado Administração Penitenciária (Seap) e as forças de segurança não se manifestaram contra a diminuição do prazo. Além disso, o TJRJ explicou que um relatório identificou bom comportamento dos dois e que o apoio familiar pode ajudar na reintegração com a sociedade.
Dr. Santos foi condenado em 2013 a 17 anos de prisão por participação no assassinato de uma mulher, em Niterói, na Região Metropolitana, em 2009. O homem, que está detido desde 2010, foi considerado um dos chefes da facção na cidade e, segundo denúncia do Ministério Público do Rio (MPRJ) na época, se envolveu em em diversos episódios de queima de ônibus no Estado do Rio. Atualmente, ele está detido no Presídio Federal de Segurança Máxima de Mossoró, no Rio Grande do Norte.
Sassá, de acordo com investigações, tem envolvimento nas guerras pelo Complexo da Pedreira, na Zona Norte, mesmo de dentro da cadeia. O traficante, que um dia foi líder do tráfico na região controlada pelo Terceiro Comando Puro (TCP), teria unido forças com o CV, que domina o Complexo do Chapadão, para retomar o seu controle na Pedreira.
Retorno de liderança do tráfico de Macaé
Também retornará ao Rio, Luiz Carlos Moraes de Souza, conhecido como "Monstrão", que já foi apontado como chefe do tráfico do Morro do Urubu, em Pilares, na Zona Norte, e das comunidades Nova Holanda e Malvinas, em Macaé, no Norte Fluminense.
O criminoso foi preso no ano de 2018, no Espírito Santo, com aproximadamente R$ 7,8 mil em espécie e drogas. Luiz também foi indiciado pelo comércio de armas entre as comunidades.
Em relação a ele, o TJRJ destacou que foi considerado, na decisão, seu cálculo de pena, considerando que resta apenas seis anos, cinco meses e três dias, não demonstrando, assim, ser razoável a prorrogação do prazo para manutenção em presídio federal, de caráter excepcional.
Renovação
A Vara de Execuções Penais do TJRJ renovou a manutenção de três líderes de organizações criminosas do Rio em peniteniciárias federais. Cláudio José de Souza Fontarigo, o "Claudinho da Mineira", preso em 2015 durante operação no Complexo do Chapadão, e Rogério Avelino da Silva, o "Rogério 157", uma liderança do Comando Vermelho e ex-chefe do tráfico da Rocinha, na Zona Sul, permanecerão nas unidades por mais três anos. 
Já o tenente reformado da Polícia Militar Maurício Silva da Costa, o "Maurição", apontado como um dos líderes da milícia que atua em Rio das Pedras e Muzema, na Zona Oeste, ficará pelos próximos dois anos.