Agentes seguem nas ruas no combate à dengueFoto: Ilustração

Rio - Nos dois primeiros meses de 2025, o estado do Rio registrou uma redução nos casos prováveis de dengue, com cerca de 11.300 casos e quatro mortes confirmadas causadas pela doença. Os dados são do Ministério da Saúde e o levantamento corresponde às semanas epidemiológicas 1 a 9, abrangendo o período de 29 de dezembro de 2024 a 1º de março de 2025. Especialistas ouvidos pelo DIA afirmam que a redução pode ser resultado do calor intenso e da escassez de chuvas nos últimos meses.
Uma das causas para o número baixo de casos é a falta de chuvas no estado. Segundo dados do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), em dezembro houve um acumulado abaixo da média na cidade do Rio, na Região Metropolitana, Baixada Fluminense e Médio Paraíba. Contudo, algumas cidades das regiões Norte, Noroeste, Região dos Lagos, Costa Verde, Centro-Sul e Serrana tiveram chuvas acima do projetado, o que aliviou a condição no estado.

Já no mês de janeiro, o efeito da onda de calor começou a ser maior. Com isso, a chuva foi abaixo da média esperada em praticamente todo o estado, com apenas algumas cidades da Costa Verde e Médio Paraíba dentro da expectativa dos meteorologistas.

Para o infectologista José Pozza, a falta de chuva pode causar uma queda no número de casos. No entanto, essa baixa pode não ser real, pois os ovos do mosquito podem se manter viáveis por períodos prolongados, aguardando contato com a água para seguir o ciclo reprodutivo. "É necessário manter cuidados com os criadouros, pois em momentos com pouca chuva, os focos de água domiciliares são os mais frequentemente encontrados", conclui o especialista.
Já a professora Anna Caryna Cabral, médica infectologista da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade do Estado do Rio (Uerj) afirma que a temperatura ideal para o desenvolvimento das larvas do mosquito é de 25ºC a 30°C, e que os dias muito quentes podem diminuir atividade do mosquito. "Temperatura e a seca favorecem a reprodução do Aedes aegypti e a expansão dessa doença vetorial. Os ovos do mosquito Aedes aegypti são resistentes inclusive em períodos mais secos. Porém, seu ciclo retorna quando as condições climáticas voltam a serem ideais para a reprodução", afirma.
Prevenção 
De acordo com as recomendações do Ministério da Saúde, a vacina contra a dengue é importante, mas o controle do mosquito Aedes aegypti continua sendo a principal forma de prevenção. Por isso, a população deve adotar medidas como: 
- Uso de telas nas janelas e repelentes em áreas de reconhecida transmissão
- Remoção de recipientes nos domicílios que possam se transformar em criadouros de mosquitos
- Vedação dos reservatórios e caixas de água
- Desobstrução de calhas, lajes e ralos;
* Matéria da estagiária Mariana Salazar, sob supervisão de Thiago Antunes