Juliana Marins morreu ao cair em uma trilha do Monte Rinjani, na IndonésiaRede Social
Família de publicitária morta na Indonésia pede nova autópsia
Solicitação, anunciada nesta segunda-feira (30) em uma postagem nas redes sociais, foi feita para a Justiça Federal
Rio - A família da publicitária Juliana Marins, de 26 anos, que morreu ao cair em uma trilha na Indonésia há uma semana, pediu uma nova autópsia no corpo. A solicitação, anunciada nesta segunda-feira (30) em uma postagem nas redes sociais, foi feita para a Justiça Federal.
"Com o auxílio do Gabinete de Gestão Integrada Municipal (GGIM) da Prefeitura de Niterói, acionamos a Defensoria Pública da União (DPU-RJ), que imediatamente fez o pedido na Justiça Federal solicitando uma nova autópsia. Acreditamos no Judiciário Federal brasileiro e esperamos uma decisão positiva nas próximas horas", diz o texto.
A autópsia, realizada na Indonésia na última quinta-feira (26), revelou que a morte aconteceu 20 minutos depois do trauma provocado por uma das quedas. Os ferimentos causaram danos a órgãos internos e hemorragia. De acordo com o médico-legista Ida Bagus Putu Alit, o impacto causou sangramento na cavidade torácica, além de fraturas pelo corpo.
O especialista ainda acrescentou que o corpo não tinha sinais de hipotermia, pois não havia ferimentos provocados pela condição, como lesões nas pontas dos dedos.
Juliana pode ter morrido dias depois da primeira queda. Ainda segundo Alit, em entrevista à rede de TV BBC Indonésia, a morte teria ocorrido na quarta-feira (25), entre 1h e 13h no horário local - equivalente a entre 14h de terça-feira (24) e 2h da madrugada de quarta no horário de Brasília. A estimativa foi feita com base nas condições do corpo, removido do local no mesmo dia.
Apesar disso, o especialista afirmou que é difícil determinar com precisão o momento exato da morte, já que fatores como a forma de transporte do corpo e as condições climáticas locais podem interferir nas análises.
Mariana Marins, irmã de Juliana, criticou a forma como a família recebeu as informações sobre o laudo. Em publicação realizada na noite da última sexta-feira (27), a mulher relatou que o médico legista realizou uma coletiva de imprensa antes de conversar com os familiares.
"Foi outro caos, outro absurdo. Minha família foi chamada no hospital para poder receber o laudo, porém, antes que eles tivessem acesso a esse laudo, o médico legista achou de bom tom fazer uma coletiva de imprensa para falar para todo mundo que estava dando o laudo em vez de falar para família antes. É absurdo atrás de absurdo e não acaba mais", desabafou Mariana.
A publicitária sofreu uma queda na trilha do Monte Rinjani, na província Sonda Ocidental, no dia 21 deste mês. No mesmo dia, ela foi encontrada por turistas espanhóis, que passaram a monitorá-la, fazendo fotos e vídeos, inclusive com uso de um drone. As imagens mostraram a vítima sentada em uma área inclinada, aparentemente com dificuldade de se levantar.
Na segunda-feira (23), a niteroiense foi localizada novamente por um drone, já sem movimentos, indicando falta de sinais vitais, depois de descer ainda mais no penhasco. De acordo com a família, o corpo estava a cerca de 650m de distância do local da primeira queda quando o resgate ocorreu nesta quarta-feira (25).
Governador reconhece falhas
Lalu Muhamad Iqbal, governador da Sonda Ocidental, reconheceu, em uma postagem neste sábado (28), que há falhas na infraestrutura de segurança da trilha do Monte Rinjani e que as equipes de resgate possuem limitações para atuar no local.
De acordo com Igbal, o número de equipes certificadas para o resgate vertical na região é insuficiente. Ele ainda reconheceu que os socorristas carecem de equipamentos avançados para tais atribuições.
"Reconhecemos que a infraestrutura de segurança ao longo das trilhas de Rinjani precisa ser aprimorada, visto que esta montanha deixou de ser um destino de trekking [caminhada] e se tornou atração turística internacional. Com essa consciência, estou totalmente comprometido, como governador, em iniciar uma revisão abrangente com todas as partes interessadas. Garanto que tomaremos medidas concretas para aprimorar nossa preparação para quaisquer emergências ou desastres futuros", destacou.
Ainda segundo Lalu, as condições climáticas dificultaram o resgate. O político afirmou que helicópteros não puderam pousar no local devido ao risco da areia entrar nos motores e tornar a operação insegura.
"Quero garantir que, desde o primeiro momento em que fomos informados do acidente, nossa equipe de resgate agiu com urgência e dedicação. Eles colocaram sua própria segurança em risco para cumprir sua missão. Muitos deles eram voluntários, movidos unicamente por compaixão e humanidade. No entanto, apesar dos esforços de nossas equipes de resgate, nossas operações foram significativamente desafiadas pelas forças da natureza. A neblina espessa e a chuva persistente dificultaram o resgate desde o primeiro dia, dificultando até mesmo a detecção precisa de coordenadas por drones térmicos. Por favor, entendam que compartilho isso não como uma desculpa, mas como um reconhecimento transparente de nossas limitações atuais", comentou.
Juliana pode ter morrido dias depois da primeira queda. Ainda segundo Alit, em entrevista à rede de TV BBC Indonésia, a morte teria ocorrido na quarta-feira (25), entre 1h e 13h no horário local - equivalente a entre 14h de terça-feira (24) e 2h da madrugada de quarta no horário de Brasília. A estimativa foi feita com base nas condições do corpo, removido do local no mesmo dia.

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