Karina Garofalo foi morta a tiros em 2018 na frente do filho de apenas 11 anosArquivo Pessoal
A sentença foi definida depois de 15 horas de julgamento. O corpo de jurados, por maioria de votos, reconheceu que o crime foi cometido por motivo torpe, "com emprego de recurso que impossibilitou a defesa da vítima (eis que a atingiu pelas costas, de surpresa, quando caminhava tranquilamente com seu filho em local onde jamais imaginou ser atacada)", "praticado por razões de ser a vítima do sexo feminino, em contexto de violência doméstica e familiar", e "cometido na presença do descendente tanto da vítima quanto do próprio réu e que possuía apenas 11 anos de idade, no momento em que caminhava de mãos dadas com sua genitora" – sendo este último quesito utilizado para aumentar a pena.
De acordo com os autos, o crime foi cometido por "vingança abjeta contra a vítima em razão de disputas judiciais que envolviam a divisão de bens" e questões relacionadas ao filho do casal.
Os autos revelaram que o filho da vítima, antes de ver a mãe ser executada, "teve de suportar o fato de ser utilizado por seu próprio pai, que, por meio de constantes ligações no dia do crime, viabilizou o monitoramento dos passos da vítima e, com isso, viabilizou o sucesso da empreitada criminosa".
A sentença do juiz Thiago Portes Vieira de Souza ressalta que "o crime foi meticulosamente premeditado pelo réu, tendo refletido por considerável lapso temporal a empreitada criminosa, trabalhando psiquicamente a conduta, planejando modo de execução, álibis e janela de oportunidade adequada para ceifar a vida da vítima” - que foi “atingida por disparo de arma de fogo na cabeça, tendo seu corpo deixado a esmo em plena luz do dia próximo ao local de sua própria residência, largada em uma calçada como se um animal desprezível fosse, a demonstrar anormal audácia e desprezo à vida alheia".
Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor.