Loja de móveis planejados funcionava na Avenida Vicente de Carvalho, Zona Norte do RioArquivo pessoal
Segundo Ingryd, a empresa sabia que a entrega só aconteceria anos depois, pois as chaves do seu apartamento seriam entregues apenas neste ano. A cliente afirma que, ao longo de 2024, teve dificuldades para resolver pendências e pagar boletos, enfrentando demora e má vontade no atendimento. No início de 2025, a situação piorou e a loja excluiu o perfil nas redes sociais alegando que havia sido hackeada, mas as justificativas começaram a soar suspeitas.
"Passei a ir pessoalmente ao endereço e sempre falava com a suposta gerente, Elayne Casella, que dava respostas evasivas e promessas falsas. Quando recebi as chaves do apartamento, marcaram uma data para as medições, mas ninguém apareceu. O suposto dono, Luís Carlos Arruda, me disse que estavam trocando os sócios, mas que os contratos seriam cumpridos. Não aconteceu", diz.
Uma outra consumidora contou que fechou um contrato com eles em novembro de 2024 para a confecção de móveis para o quarto. "Após oito meses de espera e muitas idas à loja, recebi diversas justificativas. Entre elas, que havia ordem judicial, que as madeiras molharam no Sul, que o marceneiro ficou doente. No fim, trocaram o CNPJ para justificar a falta de compromisso com os clientes, mas continuam com os mesmos funcionários e os mesmos marceneiros", disse.
A cliente, que está grávida de alto risco, afirma que o estresse causado pela situação agravou sua condição. "Hoje me encontro gestante de alto risco por tudo que a loja está me causando. É um alerta para que ninguém compre móveis nesse endereço", diz ela, que registrou uma reclamação no site Reclame Aqui.
Outro cliente disse em entrevista ao DIA que vinha pagando o serviço parceladamente para mobiliar a casa recém-reformada. "Eles enviaram um rapaz para fazer a medição e disseram que em 45 dias entregariam o material. No meio desse prazo, vimos conhecidos reclamando que não recebiam os móveis. Na semana passada, um deles foi à loja e viu que não tinha mais nada. A fachada foi retirada e os donos sumiram. Tentamos contato e não conseguimos. Não sabemos o paradeiro deles", contou.
Segundo os consumidores, a prática de trocar o CNPJ da empresa seria uma estratégia para evitar cumprir compromissos assumidos com antigos clientes.


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