Ex-desembargador Siro Darlan integra defesa do rapper OruamDivulgação

Rio - O ex-desembargador do Tribunal de Justiça do Rio (TJRJ) Siro Darlan passou a integrar a defesa de Mauro Davi dos Santos Nepomuceno, o Oruam, no processo que apura disparo de arma em um condomínio de São Paulo e que tramita no Superior Tribunal de Justiça (STJ). O rapper está preso desde 22 de julho, acusado de tentativa de homicídio contra policiais civis durante uma ação para apreender um adolescente em sua mansão no Joá, Zona Oeste do Rio.
Nos últimos dias, Darlan solicitou a devolução de bens apreendidos do artista, mas o pedido foi negado pelo ministro Rogerio Schietti Cruz.

Quem é Siro Darlan

Siro Darlan de Oliveira era desembargador da 7ª Câmara Criminal do TJRJ, assumindo o cargo em 22 de novembro de 2004. Antes disso, atuou na área da Infância e Juventude, sendo juiz titular da 2ª e depois da 1ª Vara da Infância e Juventude no Rio, entre 1991 e 2004.

Sua carreira, no entanto, também foi marcada por polêmicas. Em 2019, foi alvo de investigação da Polícia Federal, suspeito de venda de sentenças em plantões judiciais.

Em 2022, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) abriu procedimento disciplinar para apurar uma visita que o magistrado fez ao ex-governador Sérgio Cabral no presídio da Polícia Militar em Niterói. O encontro, registrado pela Secretaria de Administração Penitenciária (Seap), ocorreu em 6 de abril de 2022 e durou cerca de 30 minutos. À época, Darlan integrava a 7ª Câmara Criminal, responsável por analisar processos envolvendo Cabral, condenado a mais de 400 anos de prisão por crimes como corrupção, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro. Após a repercussão, o desembargador declarou-se impedido de julgar casos ligados ao ex-governador.

Em março de 2023, o CNJ decidiu, por unanimidade, aposentar compulsoriamente Siro Darlan.

Acusações contra Oruam

Oruam passou a ser investigado após um episódio ocorrido em 16 de dezembro de 2023, quando efetuou disparos dentro de um condomínio em Igaratá, em São Paulo, colocando em risco a integridade de moradores. Na ocasião, foi indiciado por disparo de arma de fogo.

Em julho deste ano, foi preso após um ataque a policiais civis que tentavam deter um adolescente em sua casa no Joá. A partir daí, passou a responder também por tráfico de drogas, associação para o tráfico, dano ao patrimônio público, desacato, lesão corporal, ameaça e resistência qualificada.