Caso de racismo gerou uma briga generalizada no campus Praia de Botafogo do Colégio PH Divulgação

Rio - A família do aluno expulso por imitar um macaco para outro estudante negro e bolsista no Colégio PH, da Praia de Botafogo, na Zona Sul, se manifestou, nesta segunda-feira (8), sobre o caso e lamentou a atitude do adolescente. 
Em nota divulgada à imprensa, os pais do aluno ainda manifestaram solidariedade ao estudante atacado e disseram que "a conduta do filho — que reconhece o seu erro — não reflete os valores que lhe foram transmitidos e representa motivo de imensa vergonha e consternação".
"A família busca esforços para estabelecer contato direto, a fim de apresentar um pedido formal de desculpas, dialogar sobre o episódio e auxiliá-los no que for necessário. Para tanto, a família também espera que a escola ajude na intermediação desse diálogo" (Veja a nota na íntegra abaixo)
Relembre o caso
Na quinta-feira passada (4), um episódio de racismo terminou em uma briga generalizada durante um jogo das Olimpíadas Escolares no Colégio PH, da Praia de Botafogo, na Zona Sul. A instituição de ensino expulsou o aluno que fez os gestos para outro estudante e repudiou o ocorrido.
Segundo relatos, o caso começou quando um aluno branco imitou os gestos de um macaco para outro estudante, negro e bolsista, durante uma partida de futebol. Os amigos do adolescente foram defender seu companheiro de time. Porém, a briga tomou corpo e se tornou generalizada entre os alunos do ensino médio, que trocaram socos e xingamentos.
Procurada pela reportagem de O DIA, a Polícia Civil disse que as investigações estão em andamento na Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) e o caso segue sob sigilo.
Nota dos pais do aluno expulso
"Os pais do adolescente que estuda no Colégio PH, Botafogo, lamentam profundamente o erro cometido por seu filho, que o reconhece, e manifestam publicamente sua solidariedade ao jovem vitimado e à sua família.

A família busca esforços para estabelecer contato direto, a fim de apresentar um pedido formal de desculpas, dialogar sobre o episódio e auxiliá-los no que for necessário. Para tanto, a família também espera que a escola ajude na intermediação desse diálogo.

De acordo com os pais, a conduta do filho — que reconhece o seu erro — não reflete os valores que lhe foram transmitidos e representa motivo de imensa vergonha e consternação.

Os pais e o adolescente reforçam que a busca por esse diálogo não se limita ao pedido de desculpas, mas também se vincula à necessidade de refletir sobre um problema que atravessa gerações e permanece como uma chaga na história do Brasil".
O que diz o colégio?
"A direção do Colégio tomou as medidas necessárias. O aluno autor das ofensas não continuará na nossa escola, e os alunos que foram alvo estão sendo acolhidos. Repudiamos qualquer atitude discriminatória. O ocorrido não condiz com os valores e diretrizes adotados pelo colégio, que zela pelo bem-estar e acolhimento de todos os seus alunos.
Temos o compromisso com uma cultura antirracista, reafirmando que a construção de uma sociedade verdadeiramente inclusiva e igualitária é - e sempre será - uma responsabilidade diária do pH. Entre nossas ações permanentes, estão os projetos de Educação Decolonial Antirracista, o Percurso Antirracismo e Antidiscriminação, que se estende a todas as áreas e segmentos, além de programas estruturantes como as Equipes de Ajuda e o Programa Antibullying"