Rio - A defesa da ex-deputada federal Flordelis dos Santos, de 64 anos, presa por matar o marido Anderson do Carmo, afirmou que ela teria sofrido um princípio de AVC (acidente vascular cerebral) dentro da prisão. A informação, no entanto, foi negada pela Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap).
Ao DIA, a advogada Janira Rocha, informou que todos os sintomas apontam para o diagnóstico. Por conta disso, ela pretende entrar com recurso solicitando atendimento mais adequado. "Segundo familiares e amigos, que estiveram com ela e, pelos sintomas (vômitos, dores fortes de cabeça, fala enrolada) e atendimento dela na UPA de Gericinó, ela teve sim AVC", disse.
Procurada, a Seap explicou que a Flordelis foi atendida no Hospital Penitenciário Hamilton Agostinho, no Complexo de Gericinó, em Bangu, na Zona Oeste, e medicada por quadro de lombalgia. Em seguida, ela retornou à cela.
Carta escrita à mão
Em fevereiro deste ano, a ex-deputada divulgou uma carta escrita à mão, de dentro da cadeia, em que ela alegava sérios problemas de saúde. No texto, a cantora gospel começava dizendo ser inocente e revelava estar passando por crises de ansiedade e ouvindo vozes dentro da cela.
"Preciso de ajuda, estou presa por um crime que não cometi. Mas hoje preciso de ajuda por algo que todo ser humano tem dinheiro, a saúde", disse.
Condenada há mais de 50 anos
A cantora gospel foi condenada a 50 anos e 28 dias de prisão pelo assassinato de Anderson do Carmo, ocorrido em junho de 2019, em Niterói (RJ). O crime, que inicialmente era tratado como latrocínio, revelou-se um homicídio premeditado após investigações apontarem o envolvimento da ex-parlamentar e de alguns de seus filhos. Anderson foi morto com mais de 30 tiros na garagem de casa, após retornar de um passeio com Flordelis.
As investigações mostraram que o motivo do assassinato era disputas de poder dentro da família e questões financeiras, uma vez que Anderson controlava o dinheiro do grupo. Além disso, a polícia descobriu que tentativas anteriores de envenenamento falharam antes da execução do crime a tiros. Flordelis foi presa em 2021, após perder o mandato parlamentar, e condenada em novembro de 2022 por homicídio triplamente qualificado, tentativa de homicídio, uso de documento falso e associação criminosa armada.
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