Flordelis acredita que ainda poderá ser absolvidaFoto reprodução internet
A ex-parlamentar contou ainda já ter sofrido amnésia e acusou o marido de não a ter ajudado no tratamento. "Há 30 anos tive amnésia total e não tive tratamento porque meu marido Anderson do Carmo achava que a presença dele e os cuidados dele eram suficientes. Perdi contato da minha família biológica, mas hoje, sempre que pode, minha irmã mais velha vem me visitar. Sei através dela que tive algumas entradas no hospital psiquiátrico.Cheguei aqui com síndrome do pânico, fobia social, depressão e crise convulsiva", alegou.
A cantora reclamou também sobre os 10 dias que passou no isolamento. "Somente fui retirada porque desmaiei, não sei por quanto tempo fiquei desacordada, estava sozinha e quando acordei com a testa sangrando fui me arrastando para cama. A guarda quando fez o confere viu minha testa machucada e me levou para o ambulatório. Fui atendida pela doutora e foi ela quem me tirou do isolamento e fui levada para a cela das grávidas, que cuidaram de mim", disse.
Segundo a Secretaria de Administração Penitenciária (Seap), em dezembro, Flordelis foi colocada em isolamento depois que policiais penais encontraram um celular na cela que ela divide com outras três detentas, também punidas pela ocorrência. Na ocasião, ela foi encaminhada à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Complexo de Gericinó, em Bangu, após sentir um mal-estar.
Ainda na carta, a ex-deputada conta que sua saúde mental está piorando. "Já tive um AVC e já fui tratada em um hospital antes de vir para cá. Tenho crises convulsivas, me urino toda. Tive princípio de infarto, o que me salvou é que vomitei. As médicas daqui conseguiram me salvar. Aqui também sofri um apagão na fazendinha, uma queda horrível,bati com a parte da cabeça e do rosto do lado direito, quebrei meus dentes e meu joelho direito machucou bastante. Incrível que não me levaram nem para fazer um raio-x da cabeça e do rosto", disse.
Crises de ansiedade
Segundo Flordelis, o crochê e a igreja têm ajudado com as crises. "Faço crochê o dia inteiro dentro da cela porque ouço vozes. Além de artesanato vou à igreja porque cantar e cuidar das pessoas me ajuda bastante. Faço parte do coral, a diretora autorizou e isso tem sido muito importante porque cantar faz eu me sentir livre e me dá forças para viver já que com as crises de ansiedade, o efeito é totalmente ao contrário, a vontade é de morrer de tanta aflição, me seguro em Deus e na minha fé", contou.
Ela revelou problemas também no coração e no estômago. "O artesanato é muito mais que uma remissão pra mim. Dentro da sala faço crochê o tempo todo por causa das vozes, dos vultos. Para piorar, tenho tendinite nas costas, a dor é horrível, agora apareceu também uma dor na barriga que se espalha pelos rins esquerdo. Fui ao médico, ele passou antiinflamatório, só que não adiantou", disse.
Por fim, Flordelis informou que não tem vontade de viver. "Preciso arrumar meus dentes pois machucam a minha boca, dificultando que eu coma. Me esforço para viver, pulo corda quando consigo. Essa dor na barriga a passou para minha perna esquerda, me fazendo mancar algumas vezes. Faço tudo para reagir, mas sozinha não estou conseguindo. A psiquiatra não me atende quando marca porque a demanda daqui é muito grande. Me ajude por favor", finalizou.
A ex-parlamentar foi condenada a 50 anos e 28 dias, em novembro de 2022, por ser mandante do assassinato do marido e pastor Anderson do Carmo. O caso aconteceu em junho de 2019.
Flordelis respondeu por homicídio triplamente qualificado - motivo torpe, emprego de meio cruel e recurso que impossibilitou a defesa da vítima -, tentativa de homicídio duplamente qualificado, uso de documento falso e associação criminosa armada em regime fechado.
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