Sete imóveis são interditados durante combate a incêndio em loja na Freguesia

Rio - Sete imóveis, sendo quatro casas e três lojas, foram interditados preventivamente durante o combate ao incêndio na rede do "O Amigão", na Estrada Jacarepaguá, na Freguesia, na Zona Sudoeste. O trabalho do Corpo de Bombeiros, que teve início por volta das 5h30, seguia em andamento às 21h desta sexta-feira (19). 

O estabelecimento é cercado por uma vila residencial, um mercado e uma loja de roupas. De acordo com o subsecretário de Defesa Civil, Rodrigo Gonçalves, as equipes aguardam liberação da corporação para realização da vistoria. Apesar do susto, não há registro de vítimas.

"A melhor definição do imóvel é que ele é encaixotado entre o mercado, a loja de roupas e mais quatro residências na parte do fundo. Com isso o combate às chamas é muito difícil. As equipes de engenheiros da Defesa Civil já pontuaram alguns locais, como dentro da loja de roupas, onde há um acesso que permite aos bombeiros realizar o combate e fazer o rescaldo, para depois realizarem a vistoria", explicou.

Até o momento, não há prazo para finalização do serviço, pois ainda há focos de incêndio e muita fumaça no local.

"Assim que fizer o rescaldo, que deve demorar ainda ao longo do dia e até de noite, as equipes de engenheiros da Defesa Civil farão a vistoria em todos os imóveis. A gente já interditou preventivamente sete imóveis e após a liberação vamos atualizar esse quadro para depois disponibilizar o acesso garantido aos moradores", frisou o subsecretário.

Os imóveis residenciais ficam ao fundo da loja e foram completamente tomados pela fumaça. Mais cedo, parte dos muros do prédio chegaram a desabar próximo às casas.

"Os quatro residenciais receberam autos de interdição da Defesa Civil. A assistência social está prestando o atendimento e eles estão na casa de parentes ou amigos próximos da própria vila. A Defesa Civil está aguardando o combate às chamas do Corpo de Bombeiros, depois nós faremos uma vistoria com os moradores, nas suas residências, para depois disponibilizar o acerto seguro de volta para casa", afirmou.

Risco de colapso

O estabelecimento estava fechado no momento em que o fogo se alastrou, já que só abriria ao público às 9h. Segundo o Corpo de Bombeiros, doze unidades operacionais atuam no combate às chamas, com mais de 50 militares e 26 viaturas, além do apoio de drones com câmera térmica para monitoramento e tomada de decisões estratégicas.

Em função do risco de colapso da estrutura, o trabalho das equipes está sendo realizado principalmente pelo lado externo da edificação, com apoio de recursos especializados, incluindo viaturas aéreas. Mais cedo, a área residencial e comercial já havia sido evacuada pela corporação.

"A gente não tem como realmente autorizar o funcionamento aqui dessa área, justamente porque existe um risco real, uma possibilidade, não é certa, mas existe a probabilidade da estrutura colapsar. E se colapsar vai atingir o mercado, por isso que o mercado está sendo bastante colaborativo com a gente. Estamos utilizando diversos recursos ali como acesso pelo mercado e a gente vai deixar ele como uma base de combate até que a gente termine o trabalho e entregue para a sociedade aqui o local com segurança", disse o major Fábio Contreiras.

Ao DIA, a moradora de uma das residências, a corretora de imóveis Katia Soares, 63 anos, muito abalada, contou ter medo do fogo atingir sua casa.

"Há meses que eu vejo uma luz piscando no Amigão. Eu avisei a eles algumas vezes e eles diziam que não era nada, que só era um alarme, mas eu acredito que já era um problema. Eles deveriam ter sensor de incêndio para não acontecer isso. A sorte foi que o desabamento da lateral do Amigão aconteceu para o lado do Amigão, não para a nossa vila", afirmou.

Outra vizinha, a coordenadora pedagógica Caroline de Góes, 33 anos, contou que saiu de casa apenas com os filhos, marido e o cachorro. Ela revela que não conseguiu pegar nem os documentos.

"A minha casa fica nos fundos do amigão, no estoque deles. A gente acordou por volta de umas 5h, na hora que meu marido saiu para trabalhar e aí ele sentiu o cheiro, quando ele viu que a fumaça estava muito forte saindo pela janela do estoque, que é literalmente colado com a nossa casa, a gente pegou as crianças, meu animal de estimação, que é um cachorrinho, e saímos. Deixei eles (os filhos) na escola para poder voltar e tentar pegar meus documentos, mas quando eu voltei eu já não consegui mais entrar", relatou.

Carolina descreveu ainda que o susto foi grande e que ela e os demais moradores ficaram desesperados. "Os bombeiros estavam o tempo todo jogando água do mercado para o Amigão, só que das residências para cá, pro Amigão, não estavam jogando. E a todo momento, nós moradores, estávamos tentando explicar isso, mas eles falavam que sabiam o que estavam fazendo, mas agora estão resolvendo entrar. Depois o negócio está totalmente um caos. Foi tudo muito rápido, por volta de uns 20 a 30 minutos", disse.

Segundo o Centro de Operações Rio, por volta das 8h, o trecho da Estrada de Jacarepaguá foi totalmente interditado, em ambos os sentidos, para o trabalho das equipes. No momento, o trânsito no sentido Rio das Pedras é desviado para Rua Tirol. Já no sentido Pechincha, desvio para a Rua Potiguara e Rua Antônio Cordeiro para acessar a Rua Tirol.

Devido ao incêndio, linhas de ônibus também foram impactadas. São elas:

341 - Taquara X Candelária
343 - Jardim Oceânico X Candelária
390 - Curicica X Candelária
550 - Cidade De Deus X Gávea
558 - Integrada 6 - Copacabana X Cidade De Deus
565 - Tanque X Gávea
600 - Taquara X Pça.Saens Pena)
601 - Santa Maria X Pça. Saens Pena
692 - Méier X Alvorada
766 - Madureira X Freguesia
829 - Gardênia Azul X Freguesia
878 - Tanque X Barra Da Tijuca
987 - Gardênia Azul X Pechincha