Forças de Segurança do Rio realizam operação nos Complexo da Penha e Alemão, com o objetivo de prender lideranças criminosas do Rio e de outros estadosÉrica martin/Agência O Dia

Rio - Políticos repercutiram, nesta terça-feira (28),e a megaoperação da Polícia Civil nos complexos da Penha e do Alemão, na Zona Norte. A ação, que o governador Cláudio Castro classificou como "a maior operação da história do Rio", mobiliza as forças de segurança desde as primeiras horas do dia e já provocou desdobramentos na política nacional.

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou que acompanha "com atenção" as ações de combate ao crime organizado no estado. "Reafirmamos nosso compromisso com os projetos de segurança pública e de combate à violência — uma das maiores preocupações da população brasileira", escreveu.
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) comemorou o número de apreensões da ação. "Foram mais de 80 fuzis apreendidos em um único dia e dezenas de criminosos neutralizados, que reagiram com milhares de tiros de fuzil, barricadas em chamas e até drones com bombas", disse.
O deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) também comentou a operação. "O povo do Rio sabe quem é vítima de verdade: é a mãe que perdeu o filho pro tráfico, é o trabalhador que não pode sair de casa, é o policial que não sabe se volta vivo", criticou. Segundo o parlamentar, decisões do STF que restringiram operações em comunidades durante a pandemia teriam "fortalecido as facções". "E agora, quando a polícia volta às ruas, quem é criticado? O policial. É o Brasil de cabeça pra baixo: bandido com discurso, governo com culpa e o cidadão refém", opinou.
O deputado federal Zucco (PL-RS) prestou solidariedade aos policiais que, segundo ele, "enfrentam o crime organizado praticamente sozinhos". "Quando o Estado se omite, o crime avança e a insegurança toma conta", escreveu.
O senador Jorge Seif Junior (PL-SC), classificou como "inadmissível" o que o Rio de Janeiro está vivendo. "O crime organizado é uma questão de segurança nacional, e o Rio de Janeiro está sendo deixado para trás", lamentou.

Também pelas redes, o deputado federal Reimont (PT-RJ) informou que a Comissão de Direitos Humanos da Câmara Federal está acompanhando a situação e pretende realizar uma incursão ao Rio para ouvir familiares das vítimas da operação.

A vereadora Tainá de Paula (PT-RJ) criticou a ação. "O governador Cláudio vai à TV dizer que essa é a ‘maior operação da história do Rio’. Maior pra quem? São 22 pessoas mortas, escolas e comércios fechados. Penha e o Alemão amanheceram com mais um massacre policial e, como de praxe, o alvo são os moradores de favela", afirmou.

O deputado federal Tarcísio Motta (PSOL-RJ) também não poupou críticas. "Os moradores num dia sofrem com a violência das facções, no outro, chega a polícia e dobra a aposta na violência. Sua política de jogar gasolina no fogo não reduz a criminalidade e não tira poder de nenhum grupo armado”, escreveu.
A deputada estadual Renata Souza (PSOL-RJ) afirmou que o estado "segue sem um plano de segurança pública estruturado e eficaz". 
Balanço da operação

De acordo com a Polícia Civil, a megaoperação nas comunidades da Penha e do Alemão já resultou na morte de 60 suspeitos. Quatro policiais também morreram — entre eles o agente Marcos Vinícius de Carvalho, conhecido como “Máskara”. Outros oito agentes ficaram feridos, e quatro pessoas foram atingidas por balas perdidas.

As equipes prenderam 81 suspeitos, apreenderam 93 fuzis e uma grande quantidade de drogas. A ação também impactou a rotina da região: 29 escolas no Complexo do Alemão e 17 na Penha suspenderam as atividades, segundo a Secretaria Municipal de Educação.

Na área da saúde, cinco unidades de Atenção Primária interromperam o funcionamento e uma clínica da família manteve o atendimento interno, mas com atividades externas suspensas. Diversas linhas de ônibus também tiveram itinerários desviados por segurança, conforme informou o Rio Ônibus.