Maioria dos fluminenses aprova megaoperação, aponta QuaestTomaz Silva/Agência Brasil

Rio - Uma pesquisa do instituto Genial/Quaest, divulgada neste sábado (1º), mostra que 64% dos moradores do estado do Rio de Janeiro aprovam a megaoperação policial realizada nos complexos do Alemão e da Penha na semana passada. A ação, conduzida de forma conjunta pelas polícias Civil e Militar, terminou com 121 mortos, incluindo quatro agentes de segurança, e foi considerada a mais letal da história do estado.
O levantamento indica que a operação foi amplamente conhecida: 98% dos entrevistados afirmaram ter ouvido falar da ação. A pesquisa foi realizada entre os dias 30 e 31 de outubro, por meio de entrevistas presenciais com 1,5 mil pessoas de 16 anos ou mais, em diferentes regiões do Rio. A margem de erro é de três pontos percentuais, com nível de confiança de 95%.
De acordo com o levantamento, 27% dos fluminenses desaprovaram a operação, enquanto 6% disseram não aprovar nem desaprovar e 3% não souberam responder. Apesar da alta letalidade, a maioria da população também se mostra favorável à continuidade de ações semelhantes: 73% dos entrevistados defendem novas operações em outras comunidades, morros e favelas. Esse apoio é significativamente maior entre os homens (85%) do que entre as mulheres (62%).
Na divisão por gênero, os homens também concentram o maior índice de aprovação à operação, com 79% favoráveis, contra 51% entre as mulheres. A desaprovação feminina, por outro lado, foi mais alta: 36% disseram não concordar com a ação, ante 17% entre os homens.
A faixa etária mais favorável à operação foi a de 31 a 50 anos, com 68% de apoio, seguida pelos jovens de 16 a 30 anos (65%) e pelos moradores com mais de 51 anos (58%). Essa última faixa também concentrou o maior índice de desaprovação, com 29% de respostas negativas.
O apoio à operação também varia conforme a renda e a escolaridade. Entre os que ganham de 2 a 5 salários mínimos, 69% disseram aprovar a ação. O índice cai para 58% entre os que recebem até 2 salários e para 63% entre os que ganham mais de 5 salários. A maior desaprovação (36%) foi observada justamente entre os entrevistados de renda mais alta.
Na divisão por escolaridade, a tendência se repete: quanto menor o nível de instrução, maior o apoio. Entre os que têm até o ensino fundamental, 67% aprovaram a operação. O índice é de 66% entre quem cursou o ensino médio, e de 59% entre os que têm ensino superior, faixa em que 39% desaprovaram a ação policial.
Regionalmente, a Baixada Fluminense foi a área com maior aprovação, com 73% dos entrevistados favoráveis à operação. Na capital, o apoio ficou em 68%, e nas cidades de Niterói, São Gonçalo e Maricá, em 56%. No Sul Fluminense, Região Serrana, Norte, Noroeste e Região dos Lagos, a aprovação foi de 57%.
O posicionamento político também influenciou fortemente as opiniões. Entre os bolsonaristas, 93% disseram aprovar a operação, enquanto entre os direitistas não bolsonaristas o índice foi de 92%. Já entre os lulistas, apenas 35% aprovaram a ação e 59% a desaprovaram. A rejeição foi ainda maior entre os que se identificam como esquerda não lulista, com apenas 27% de aprovação e 70% de desaprovação. O grupo dos independentes apresentou uma divisão mais equilibrada, com 61% de aprovação e 24% de reprovação.
Além da aprovação geral, o levantamento também mediu a percepção dos fluminenses sobre os resultados da operação. Para 58%, a ação foi considerada um sucesso, enquanto 32% a classificaram como um fracasso. Outros 6% responderam que o resultado “depende” e 4% não souberam opinar. Entre os homens, o índice de aprovação do resultado chega a 73%, contra 43% entre as mulheres, que, em contrapartida, apontaram a maior taxa de reprovação (44%).
Na análise por idade, o grupo de 31 a 50 anos novamente lidera a percepção positiva, com 61% considerando a operação bem-sucedida. Entre os mais jovens (16 a 30 anos), o índice é de 54%, e entre os acima de 51 anos, 55%.