Após a operação policial no Alemão, aprovação de Castro deu um salto de 10 pontos percentuaisArquivo/ Érica Martin/Agência O Dia
Já a desaprovação caiu de 41% para 40% depois da ação policial. "A melhora na aprovação do governador aconteceu porque a maioria acredita que a operação foi autorizada para combater o crime organizado (54%), não como uma ação para ganhar popularidade", aponta o diretor da Quaest, Felipe Nunes, em análise publicada no X.
Já a aprovação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não sofreu mudanças significativas. Entre os moradores do Estado, 64% desaprovam o governo federal, enquanto 34% aprovam. Em agosto, eram 62% que faziam avaliação negativa, enquanto 37% viam negativamente. "Muita coisa aconteceu entre agosto e outubro, vários efeitos positivos podem ter sido anulados com a operação, ou a população não premia/pune o presidente por esse caso."
A pesquisa foi feita entre 30 e 31 de outubro, via entrevistas domiciliares presenciais. Ao todo, foram ouvidas 1,5 mil pessoas de diferentes regiões do Estado. A margem de erro é de três pontos porcentuais, com nível de confiança de 95%.
A taxa de aprovação foi maior entre homens (79%). Entre mulheres, 51% disseram ser favoráveis. Entre os homens, 17% desaprovaram. Já entre as mulheres, o índice de desaprovação ficou em 36%.
Em relação à faixa etária, a que mais aprovou a operação foi a de 31 a 50 anos, com 68% de apoio. Jovens entre 16 e 30 anos registraram 65% de aprovação, enquanto entre os entrevistados com mais de 51 anos, o índice foi de 58%. A maior desaprovação ficou entre pessoas com mais de 51 anos, com 29% de insatisfeitos.
A pesquisa também fez o recorte do posicionamento político dos entrevistados. Entre os que se identificam como bolsonaristas, o apoio foi quase unânime (93%). Já entre os que se consideram de direita não bolsonarista, o índice foi de 92%. Por outro lado, entre os que se consideram lulistas, apenas 35% aprovaram a operação, enquanto 59% desaprovaram.
A rejeição foi maior entre os entrevistados que se identificam como esquerda não lulista, com apenas 27% de aprovação e 70% de desaprovação. O grupo que se classifica como independente apresentou 61% de aprovação e 24% de desaprovação.
A operação policial foi considerada um sucesso por 58% da população do Estado. Já 32% disseram que a ação foi um fracasso. O diretor da Quaest Felipe Nunes, destaca que 50% dos moradores do Estado defendem que a polícia militar deve abordar um criminoso para tentar prender sem atirar, enquanto 45% defendem que os policiais já cheguem atirando.
Além disso, 73% dos entrevistados acreditam que a polícia deve realizar ações semelhantes em outras áreas. Entre os homens, o apoio chega a 85%, enquanto entre as mulheres é de 62%. A cidade do Rio de Janeiro vive uma situação de guerra para 87% dos fluminenses.
A pesquisa foi feita entre 30 e 31 de outubro, via entrevistas domiciliares presenciais. Ao todo, foram ouvidas 1,5 mil pessoas de diferentes regiões do estado. A margem de erro é de três pontos porcentuais, com nível de confiança de 95%.
Entre as mulheres, a percepção de aumento da insegurança é maior Cerca de 60% delas acreditam que o Estado está menos seguro após a operação. Já os homens têm outro sentimento: 45% veem o Rio mais seguro, enquanto 44% acreditam que está menos seguro.
Essa percepção de aumento da insegurança é comum aos entrevistados de todas as faixas etárias e de renda. Também está presente em todos os níveis de escolaridade.
Porém, ela é maior entre a esquerda lulista (82%) e não lulista (87%). Quase 60% (59%) dos que se dizem independentes, têm esse sentimento. Já entre a direita, a proporção se inverte. A direita bolsonarista acha que o Estado está mais seguro (64%), enquanto 62% dos não-bolsonaristas têm essa visão.
Essa percepção de menos seguro é levemente maior entre os entrevistados da região Norte/Noroeste e dos Lagos (58%), no Sul Fluminense e na região serrana (55%) e na capital (53%). Em Niterói, São Gonçalo e Maricá é comum a 51% dos entrevistados. A Baixada Fluminense é a única região na qual a percepção de que o Estado ficou menos seguro não atinge metade dos entrevistados, e fica em 48%.
Para 87% dos entrevistados, o Rio de Janeiro vive uma situação de guerra. Só 13% não têm essa percepção. Em outros Estados, a realidade não é vista como tão grave: 51% dos fluminenses não identificam essa situação.
Ainda em relação à violência, 74% dos entrevistados dizem ter medo de uma reação do tráfico à megaoperação policial, sendo que, entre as mulheres, esse porcentual sobe para 81%.
Sobre o conflito armado, 48% da população acredita que as forças policiais do Rio de Janeiro estão mais preparadas, enquanto 44% veem as facções como tendo vantagem nesse quesito.
No entanto, 62% dizem que o governo do Rio de Janeiro não tem capacidade de combater o crime organizado sozinho. Quem estaria mais bem preparado seria a força nacional do governo federal (31%). O porcentual é similar à força policial dos Estados (30%) e ao Exército (28%).
Aprovada por 64% (e por 79% dos homens ouvidos) e considerada um sucesso por 58% dos entrevistados, a megaoperação deveria ser realizada em comunidades para 73% dos entrevistados. Porém, para metade dos fluminenses, ao se deparar com uma pessoa com um fuzil na mão, a polícia deveria prender sem atirar. Já 37% dizem que os policiais deveriam atirar logo de cara.
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