Familiares de mortos em megaoperação liberaram corpos até cinco dia após açãoReginaldo Pimenta / Arquivo O DIA

Rio - A Defensoria Pública do Estado do Rio (DPRJ) informou, neste domingo (2), que todos os corpos dos mortos na megaoperação nos complexos da Penha e Alemão, na Zona Norte, foram liberados do Instituto Médico Legal (IML) do Centro. Ao todo, 121 pessoas morreram, sendo 117 suspeitos e quatro policiais. A ação se tornou a mais letal da história do país.
No sábado (1º), quatro dias após a operação, o DIA esteve no IML e encontrou familiares emocionados depois de reconhecerem os cadáveres. Os parentes receberam apoio de equipes da DPRJ. Desde a última quarta-feira (29), o órgão auxilia as famílias para obtenção de documentos de parentes, ajuda para a gratuidade de sepultamento, bem com o alvará para translado dos corpos para outros estados.
Dos 117 mortos na operação, pelo menos 43 deles tinha mandados de prisão em aberto e, ao menos, 78 apresentavam relevante histórico criminal, de acordo com o Governo do Rio. Desse número, 54 eram de outros estados (15 do Pará, 11 da Bahia, nove do Amazonas, sete de Goiás, quatro do Ceará, quatro do Espírito Santo, dois da Paraíba, um do Mato Grosso e um de São Paulo).
Entre os óbitos estavam homens apontados como lideranças do tráfico de drogas de estados do Norte, Nordeste, Centro-Oeste e do Sudeste.
Resgates feitos por parentes
De acordo com o divulgado pelas forças de segurança, 58 pessoas morreram no último dia 28, data da operação. No dia seguinte, 63 corpos foram encontrados em uma área de mata da Vacaria, na Serra da Misericórdia, que liga a Penha ao Alemão, onde ocorreram os principais confrontos entre os policiais e traficantes.
Parentes e moradores retiraram os cadáveres do local e levaram até a Praça São Lucas, dentro do Complexo da Penha. Ao DIA, duas viúvas, que não quiseram se identificar, contaram que os companheiros tiveram parte dos corpos mutilados e ficaram com os rostos desfigurados. As mulheres disseram ter enfrentado dificuldades de chegar no local onde os cadáveres estavam.
A DPRJ destacou que seguirá acompanhando o caso e prestando assistência às famílias.