Rio - Um caso de antissemitismo no tradicional Colégio São Vicente de Paulo (CSVP), no Cosme Velho, Zona Sul, ligou o alerta da instituição após um estudante judeu ter suásticas desenhadas no caderno por um colega.
Em nota enviada ao DIA nesta terça-feira (25), a instituição católica informou que realizou uma reunião com pais e responsáveis para reforçar a importância do combate à discriminação. No encontro, foram abordados os princípios da Justiça Restaurativa aplicados à educação, como o respeito mútuo, o diálogo inclusivo e a responsabilização coletiva.
No texto, a direção do colégio afirmou repudiar qualquer tipo de violência, preconceito ou bullying no ambiente de ensino.
"O CSVP reafirma seu compromisso inegociável com a educação em Direitos Humanos, diversidade e cidadania. Nossa instituição repudia veementemente qualquer forma de manifestação de violência, especialmente aquelas que ocorrem no ambiente escolar ou que nele reverberam, como o bullying, o racismo, o nazismo ou discurso de ódio. Destacamos que o colégio desenvolve ações educacionais permanentes de conscientização, prevenção e combate a todas as formas de violência", informa o comunicado.
Ainda na nota, a escola afirma que busca favorecer relações e diálogos comprometidos com a construção de um ambiente escolar seguro, acolhedor e respeitoso, mantendo práticas restaurativas e canais abertos de conversa com a comunidade educativa.
O colégio informou que seguirá acompanhando o caso, promovendo orientação e ações educacionais junto aos estudantes e às famílias.
A Federação Israelita do Estado do Rio de Janeiro (Fierj) também se manifestou sobre o caso. Em nota, a entidade destacou a importância de ações firmes e contínuas para prevenir discriminação no ambiente escolar.
"Reiteramos que a comunidade judaica do Rio de Janeiro combaterá qualquer forma de antissemitismo e permanece à disposição da escola, das famílias e das autoridades competentes para colaborar em iniciativas pedagógicas, preventivas e formativas sobre discriminação, liberdade religiosa e memória do Holocausto", afirmou a Fierj.
Manifestações discriminatórias contra judeus são consideradas crimes no Brasil, enquadradas nas leis que coíbem o racismo e injúria racial. O crime não prescreve, não prevê pagamento de fiança e tem pena de 1 a 3 anos de prisão.
* Reportagem do estagiário João Santos, sob supervisão de Iuri Corsini
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