Assembleias são realizadas todo dia pelo Sintronac - Divulgação
Assembleias são realizadas todo dia pelo SintronacDivulgação
Por O Dia

O transporte rodoviário em Niterói, São Gonçalo, Maricá e região está vivendo grave situação financeira. Desde o mês de março, com o início da pandemia do novo coronavírus, os problemas vêm se tornando mais agudos. Mais do mesmo. Afinal, concessionárias que administram modais como o metrô, na cidade do Rio de Janeiro, os trens, na região metropolitana e as barcas, que ligam Niterói à capital, já alegaram que terão dificuldades para continuar a prestar serviços. Para as concessionárias, um projeto de lei  previsto para ser votado na próxima semana, na Câmara dos Deputados, em Brasília, é tido como a principal ajuda capaz de amenizar as  dificuldades do setor. O PL prevê um auxílio de cerca de R$ 4 bilhões do Governo Federal para empresas de transporte coletivo de cidades capitais, regiões metropolitanas ou com mais de 200 mil habitantes.

Apesar do projeto de lei, o presidente do Sindicato dos Rodoviários de Niterói a Arraial do Cabo (Sintronac), Rubens dos Santos Oliveira, alerta que, mesmo se aprovada, esta ajuda pode não ser suficiente para um setor que sofre com a falta crônica de recursos. "O auxílio de R$ 4 bilhões  será pulverizado pelo país inteiro. Ainda assim, levará tempo até ser concretizado, pois ainda dependerá de adesão das empresas. A preocupação do sindicato é como será honrado o próximo salário dos trabalhadores e como fazer para evitar demissões imediatas", afirma o presidente do Sintronac.

Em abril, um acordo firmado entre o Sintronac e as empresas garantia estabilidade no emprego, benefícios e o pagamento de 30% dos salários, enquanto os 70% restantes eram compensados pelo auxílio emergencial do Governo Federal. Até 31 de julho o acordo foi cumprido, mas após essa data o auxílio foi suspenso e com isso, os trabalhadores estão sofrendo uma queda significativa de seus rendimentos.

Não à contraproposta

Até quarta-feira dessa semana, 19 de agosto, a tendência é de que os trabalhadores mantenham o seu posicionamento de recusar qualquer contraproposta das empresas. Os trabalhadores querem o que foi firmado no acordo coletivo que vigora até 1º de novembro:  salário e benefícios integrais. No máximo, aceitam uma redução de uma hora por dia na carga horária. O resultado das assembleias será encaminhado ao Ministério Público do Trabalho, que é o órgão mediador.

A soma do prejuízo financeiro das empresas de Niterói, São Gonçalo, Itaboraí e Maricá, até 31 de maio, foi de aproximadamente R$ 22 milhões, somente no sistema municipal. De acordo com dados da Fetranspor, entre 16 de março e 31 de maio, as cidades de Niterói, São Gonçalo, Itaboraí e Maricá, tiveram, no sistema municipal, uma redução média da demanda de 70%. Já no sistema intermunicipal estima-se uma redução de 80% _ durante todo este período as linhas intermunicipais com destino à cidade do Rio estavam impedidas de circular.

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