São Gonçalo ganhou, na última sexta-feira, sua primeira Unidade de Acolhimento Infanto-Juvenil (UAI). O espaço, que funcionará em caráter transitório, atende crianças e jovens com idades entre 10 e 18 anos, e é voltado aos usuários prejudiciais de álcool e outras drogas, que precisem de acolhimento por conta da vulnerabilidade social ou familiar e tenham necessidade de uma suspensão territorial.
A UAI Bem Viver pode acolher até dez pessoas com permanência de até seis meses. Os atendidos serão acompanhados pela equipe da Unidade, formada por uma coordenadora, assistente social, enfermeiros e agentes de cuidados. Os acolhidos também serão orientados de acordo com os preceitos do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e terão garantia dos direitos a moradia, educação e convivência familiar.
"Com a abertura da UAI poderemos ampliar o serviço prestado no Capsi, que alia o tratamento, o acompanhamento clínico e os cuidados de reintegração social, além da construção de laços familiares que promovem a reabilitação psicossocial", afirmou o prefeito, José Luiz Nanci.
Crianças e jovens podem ser acolhidos no UAI por meio do Centro de Atenção Psicossocial Infanto-Juvenil (Capsi) e do Centro de Atenção Psicossocial de Álcool e Outras Drogas (Caps Ad), depois que suas demandas forem avaliadas e compartilhadas pelos Centros. O Caps e o Capsi funcionam de segunda à sexta-feira, das 8h às 17h. Já o UAI Bem Viver, que fica na Rua Candido Reis, ao lado do Posto de Atendimento Médico (PAM) do bairro Coelho, funciona todos os dias, 24 horas.
"Desinstitucionalização pode parecer uma palavra difícil, mas, pensar seu significado e importância facilitam a compreensão de que tratamentos que garantam autonomia e cidadania a todos os sujeitos são possíveis. Temos que trabalhar com uma reeducação no modo de entender esses transtornos para serem tratados não como estigma, mas, sim, como um modo diferente de ver e estar no mundo", explica a coordenadora municipal de Saúde Mental, Aparecida Lobosco.
Durante a pandemia de covid-19, São Gonçalo foi reconhecida como referencial no atendimento às crianças e adolescentes com transtornos mentais e sofrimento psíquico. O Centro de Atenção Psicossocial Infanto-Juvenil (Capsi) Joaquim dos Reis Pereira, no bairro do Alcântara, se destacou.