Tabagismo tem tratamento em centros de saúde de São Gonçalo - divulgação
Tabagismo tem tratamento em centros de saúde de São Gonçalodivulgação
Por O Dia

O Dia Nacional de Combate ao Fumo, celebrado em 29 de agosto, é um motivo a mais para lembrar que é possível dizer não ao cigarro e abrir mão de uma dependência causadora de milhões de mortes no Brasil e no mundo. A Secretaria Municipal de Saúde de São Gonçalo realizou no Polo Sanitário Rio do Ouro, uma ação de conscientização sobre o tema sexta-feira passada. O objetivo foi orientar os presentes contra o vício, danos físicos e sociais causados pelo consumo da nicotina. O programa, que está disponível gratuitamente em várias unidades de saúde da cidade, realizou mais de dois mil atendimentos em 2019.

O Programa Municipal de Controle do Tabagismo consiste em quatro reuniões semanais que acontecem não só nos Polos Sanitários, mas também nas Unidades Básicas de Saúde e algumas unidades especializadas como o PAM Coelho, PAM de Neves e o PAM Alcântara com profissionais qualificados para tratar o tabagista. Ao fim da quarta sessão, dependendo da quantidade de cigarros consumida pelo paciente, ele recebe a receita para o adesivo de nicotina, a goma ou a bupropina de 150mg. Todos os medicamentos são gratuitos e podem ser retirados na Farmácia Central localizada no G2 do Shopping São Gonçalo, na Secretaria de Saúde.

"Cada cigarro fumado corresponde a um miligrama do adesivo e nós temos adesivos nos formatos de 7,14 e 21mg. Por esta razão, cada paciente recebe a sua receita particular ao final da quarta sessão para retirar a medicação gratuitamente na Secretaria de Saúde. Depois de 15 dias, o acompanhado deve retornar para a primeira sessão de manutenção e posteriormente o retorno passa a ser mensal onde os profissionais avaliam a possibilidade de iniciar o desmame da medicação", conta a coordenadora do programa no município.

A duração do tratamento é variável para cada paciente, já que alguns iniciam consumindo 21mg e outros com a dosagem máxima de 42mg. Segundo o Ministério da Saúde, quando o paciente inicia o acompanhamento com 42mg é indicado que ele fique no máximo três meses com cada miligrama. O desmame é feito aos poucos retirando a cada etapa 7mg de nicotina até que zere o consumo. De acordo com o Ministério da Saúde o tratamento deve durar no máximo um ano e meio.

Um dos grandes problemas encontrados é o abandono do tratamento por parte dos assistidos, muitos passam por problemas que impedem de ficar sem o cigarro e retornam ao grupo posteriormente. Mas também existem pacientes que preferem não fazer uso de nenhum medicamento, mas continuam participando das consultas de manutenção e logo após conseguem a alta.

O programa conta hoje com 163 enfermeiros e 13 médicos capacitados. Além desses profissionais, as reuniões têm o apoio do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF), que conta com nutricionista que indica o consumo de alimentos que ajudam a superar os momentos de abstinência, além de fonoaudiólogo e fisioterapeuta que auxiliam com exercícios de respiração, o psicólogo que ajuda com o acompanhamento psicoemocional, além de outras atividades como auriculoterapia que também ajudam no tratamento.

O grupo de tabagismo é diferente do serviço prestado pelos Alcóolicos Anônimos, já que a incidência de recaída é muito menor em relação aos que sofrem com o alcoolismo, mesmo também sendo uma dependência. Hoje o tabaco é a segunda droga mais consumida no mundo, perdendo somente para o próprio álcool, principalmente entre os adolescentes, mas quando ocorre a recaída os profissionais procuram descobrir o que levou ao paciente a usar a nicotina e perceber que não é porque o paciente acendeu um cigarro, que todo o tratamento foi perdido.

Devido à pandemia do covid-19, o programa foi suspenso em abril a pedido do Ministério da Saúde, já que o tabagista está entre os grupos de risco. O retorno do grupo aconteceu este mês, porém os encontros são realizados de forma individual para evitar contágio do Coronavírus. Para participar o interessado só precisa se dirigir a uma Unidade Básica de Saúde.

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