Por O Dia

Esse ano, o aniversário de São Gonçalo, dia 22 de setembro, vai ter comemoração extra. Marco para a fundação do município, a Igreja Matriz de São Gonçalo teve a sua capela construída em 1579 com a cidade sendo erguida ao seu redor. Quarta-feira, enfim, foi lavrada a assinatura do registro do terreno da Igreja. A assinatura da ATA notarial do assentamento da Igreja Matriz de São Gonçalo foi feita na sua sede, após ter sido requerida pela mitra arquidiocesana de Niterói. Agora, é necessário levar o processo para ser registrado na terceira circunscrição imobiliária de São Gonçalo e após isso, a Igreja Matriz passa a ter seu título de propriedade devidamente regulamentado. Estiveram presentes ao ato, o Padre André Luiz, o Sacerdote Marcos André Gameiro e o prefeito de São Gonçalo, José Luiz Nanci.

"Foi uma conquista muito importante para nós. Com a normatização dos cartórios, a Igreja conseguiu se enquadrar dentro do que era necessário para possuir os documentos, algo que já vinha se arrastando há décadas. A autorização para fazer o registro impacta não só a questão de documentação da igreja, mas a possibilidade de parcerias para recuperações", destaca o Padre André.

O Padre André faz questão de destacar a importância cultural da Igreja da Matriz, que já passa dos 440 anos de história. "O aspecto histórico é o que temos de mais relevante. Ter o entendimento da cultura e história gonçalense é fundamental porque a história da Igreja e do Município de São Gonçalo estão muito interligadas", diz.

O historiador e professor da UERJ, Rui Aniceto Fernandes, destaca que o processo de obtenção dos títulos de propriedade para garantir a posse da área da matriz à paróquia de São Gonçalo deveria ter acontecido logo após a instituição do período republicano.

"Esse passo foi importante porque o que se observa em vários lugares Brasil afora são empreendimentos imobiliários muitas vezes estabelecidos ocupando terrenos que deveriam ser originalmente de instituições religiosas, por conta da instauração da república", afirma Rui.

Ainda no período colonial, proprietários, fazendeiros e sesmeiros pleitearam a criação de uma igreja matriz para que eles tivessem um sacerdote que pudesse atender espiritualmente a região. Esse pedido foi obtido em 1644 quando a região é elevada à categoria de freguesia. Com isso, a capela de São Gonçalo deixava de ser particular e passava a ser uma capela pública e seus bens passavam a ser do Estado.

A instalação da República no Brasil promove a separação da Igreja do Estado, e naquele momento passava a ser reconhecida à Igreja, a posse de todos os seus bens. Então os templos religiosos, monastérios, fazendas e casarios que pertenciam aos padres e ao clero em geral, passaram a ser reconhecidos como tal, inclusive, com reconhecimento público tanto do Governo brasileiro, quanto do Vaticano.

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