Zélia Duncan realiza live em atmofera intimista criada pelo cenário de Simone Mina e pela iluminação de Christiano Desideri
 - Foto: Roberto Setton | Divulgação
Zélia Duncan realiza live em atmofera intimista criada pelo cenário de Simone Mina e pela iluminação de Christiano Desideri Foto: Roberto Setton | Divulgação
Por O Dia

"Me manter viva e saudável nesse país", esse é o principal projeto de uma Zélia Duncan séria e com voz severa ao gravar áudios para responder uma entrevista para o Niterói & região. O anúncio está se concretizando 100%, que assim seja, por muito tempo, como o público vai poder conferir amanhã no show "O lado bom da solidão", que Zélia realiza ao vivo no palco da Sala Nelson Pereira dos Santos, funcionando há um ano. Com seu violão, mais o violão de Webster Santos, que a acompanhará em cena, Zélia vai mostrar músicas de vários momentos de 37 anos de carreira. O show vai ser transmitido numa live através do Facebook, na página da artista (facebook.com/zeliaduncanoficial). São canções do repertório afetivo e da trajetória de Zélia Duncan. Ao redor, o público poderá ver a interação da artista, de sua sonoridade autêntica com o cenário de Simone Mina quase uma tela para a pintura que é a iluminação de Christiano Desideri. Bem com jeitão de site specific, com tudo convergindo para uma única linguagem numa obra de arte pulsante.

Decano do jornalismo cultural e da crítica musical, Jamari França publicou no Blog do Jama que o show "O lado bom da solidão", que ele assistiu no Espaço Furnas, podia ser definido assim: "O tom é a grandeza na simplicidade, Zélia é principalmente letrista de versos de uma beleza e consistência que nada devem aos grandes da música brasileira". Jama acompanhou Zélia Cristina, que adotou o Duncan mais tarde, desde os primeiros passos. Ao longo de quase 40 anos de trabalho, a artista lançou 13 discos, 5 DVDs solo, ganhou vários prêmios, discos de ouro e de platina, participou de trabalhos de grandes nomes da música brasileira, realizou vários projetos importantes, como o CD e o DVD "Eu me transformo em Outras".

Tudo isso com um pé cá em Niterói. Falar da cidade é puxar um longo fio das linhas que compõem a vida de Zélia. "Tenho memórias deliciosas de Niterói. Fui embora de Niterói com 6 anos. Lembro muito da minha mãe e da minha avó me levando para escola, lembro que meu irmão estudava no Joaquim Távora, dentro do Campo De São Bento Campo.... até hoje quando eu passo por lá meu coração dá umas cambalhotas! Lembro que em todas as férias a gente voltava para Niterói. Eu passava o ano inteiro em Brasília esperando o momento de voltar para Niterói pra ir à praia, ir para Itacoatiara, Camboinhas... lembro do barulhinho do cara vendendo tringuilim no Campo De São Bento.... Tenho doces memórias da casa da minha avó, com tia Caçula, tia Filinha, vovó Zélia, tio Otto...antes disso morei com a minha tia na rua Mariz de Barros, onde hoje mora a minha mãe. Tia Nerilda, tio Tércio, um tio muito querido, tio Glauco e tia Vera, que me levavam para viajar de carro... Niterói para mim é sempre voltar para casa, para essa casa que tem a ver com o ninho da gente", conta.

Lá naquele post em seu blog, Mestre Jama lembra quão boa Zélia é de contar histórias. E destaca uma delas: "Eu não sabia que era compositora, sempre pensei em ser cantora, é só ao que me dedicava e dedico até hoje. Pensei que o que fazia no escuro do quarto fosse só meu, mas não, é de todo mundo, minha dor é a sua dor, minha emoção é a emoção de alguém, vai mudando de endereço, é de todo mundo".

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