Criada há menos de um ano em Niterói, a Ironfisio Fisioterapia Integrativa vem se mostrando uma grande aliada das artes. Com a missão de promover melhor qualidade de vida, o fisioterapeuta quiroprático Amandio Besteiro e o fisioterapeuta esportivo Edil Nepomuceno levam tratamento gratuito para jovens artistas do Cenarte Dimensões e da Lona na Lua.
A ideia da Ironfisio surgiu quando os sócios ainda cursavam Fisioterapia na Universidade Salgado de Oliveira (Universo), em São Gonçalo. "Éramos amigos e pensávamos na mesma direção. Sabíamos que seria algo bom." Então, em janeiro deste ano, a dupla saiu à procura de um espaço, no Centro de Niterói, onde poderiam colocar em prática sua paixão. Junto com o sonho do negócio, veio a vontade de ajudar.
"A ideia de ajudar sempre esteve na minha cabeça. A gente já tinha contato com o pessoal do Cenarte e do Lona na Lua e são pessoas muito carentes, mas com potencial. A gente viu nessa situação uma chance de fazer o bem", afirma Amandio.
Nascido em Rio Bonito, Edil conta que sempre contribuiu com doações e incentivo para a Lona na Lua. Ele acredita que, como empresário, poderá fazer muito mais.
"Acreditamos que para chegar longe não podemos nunca esquecer de onde viemos. Essa parceria é uma forma de mostrar para aqueles jovens que vêm de onde eu vim, que, sim, eles podem vencer, eles podem alcançar o que eles quiserem", declara o fisioterapeuta.
COMBINAÇÃO DE TRATAMENTOS
A iniciativa pretende atender 50 jovens em vulnerabilidade social, com as práticas integrativas adotadas pela Ironfisio. O método consiste em combinar tratamentos em diversas áreas da saúde, além da fisioterapia.
"Ao integrar as áreas da saúde você consegue levar para o seu paciente um resultado sólido, que vai perdurar. Junto com nossa equipe de fisioterapeutas, temos um nutrólogo, educadores físicos, psicólogos, nutricionistas e até esteticistas", explica Amandio.
A iniciativa adotou o projeto "Além das Fronteiras do Movimento" do Cenarte Dimensões, que há 13 anos profissionaliza bailarinos de São Gonçalo. Para o diretor artístico e professor do Centro, Igor Lopes, a parceria é fundamental para que os beneficiados mantenham boa saúde física e mental para alcançarem a carreira profissional.
"A boa condição física é fundamental para um bom desempenho e qualquer tipo de impedimento abala emocionalmente os alunos, que já sofrem a pressão da carreira. O acompanhamento é fundamental no auxílio ao trabalho técnico desenvolvido e os alunos do projeto não teriam condições financeiras de custear um tratamento ou um acompanhamento adequado", reforça o diretor.
Moradora da Fazenda dos Mineiros, em São Gonçalo, Isabelle Jandre, de 19 anos, integra o projeto há seis, nas turmas de jazz e balé clássico. No início do ano, a jovem torceu o pé durante uma aula e precisou passar por fisioterapia.
"A fisioterapia foi que me ajudou a voltar a dançar. Sem essa parceria eu não ia conseguir. Foi fundamental para mim e ajuda muito na minha carreira", relata a bailarina.
Ainda segundo Isabelle, o acompanhamento é um incentivo para os jovens não desistirem de suas carreiras. "Quando nos lesionamos ficamos bem desanimados e quando não temos condições para pagar um fisioterapeuta, somos obrigados a ficar parado por meses."
A parceria com os integrantes da Lona na Lua, de Rio Bonito, ainda não começou por conta das medidas de restrição. Apesar disso, o fundador do projeto - que já atendeu mais 3 mil jovens desde 2009 - Zeca Novais, já consegue imaginar os frutos da colaboração.