Projeto arquitetônico foi desenvolvido a partir de 12 requisitos envolvendo aspectos físicos e funcionais - Luciana Carneiro/Prefeitura de Niterói
Projeto arquitetônico foi desenvolvido a partir de 12 requisitos envolvendo aspectos físicos e funcionaisLuciana Carneiro/Prefeitura de Niterói
Por O Dia

O módulo do programa Médico de Família, do Jacaré, na Região Oceânica de Niterói, construído pelo Programa Região Oceânica Sustentável (PRO Sustentável) da prefeitura, é a primeira unidade da rede básica de saúde do Rio de Janeiro feita com tecnologias sustentáveis.

O projeto arquitetônico deste módulo do Médico de Família foi desenvolvido a partir de 12 requisitos envolvendo aspectos físicos e funcionais, como a preservação do escoamento natural das águas de chuva, preponderância de iluminação e ventilação natural e iluminação artificial com lâmpadas de LED, telhado verde, captação de águas pluviais no terraço, com acúmulo em reservatório segregado para usos secundários e captação de energia solar, entre outras.

"Quando assumimos, a realidade era bem diferente e encontramos unidades do Programa fechadas. Foram muitos obstáculos superados. São mais de 45 unidades de saúde implantadas ou reformadas. O Médico de Família teve a maior expansão da sua história. Hoje, o programa é uma referência e esta unidade do Jacaré vem para coroar estas conquistas", afirmou o prefeito Rodrigo Neves.

A unidade foi entregue na última semana e vai oferecer assistência a cerca de seis mil pessoas, que serão atendidas por médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem, agentes comunitários de saúde e dentistas. Atualmente, a cidade conta com cerca de 220 mil cadastrados no Programa Médico de Família.

"A abertura desta unidade tem grande simbolismo, é mais uma ação que marca o ciclo de investimentos municipais, um ciclo marcado pelo compromisso com a vida da população e o sistema único de saúde", disse o secretário municipal de saúde, Rodrigo Oliveira.

A vice-presidente de Atenção Coletiva, Ambulatorial e da Família da Fundação Municipal de Saúde, Maria Célia Vasconcelos, destacou que, com a abertura do Médico de Família do Jacaré, a cobertura do programa na Região Oceânica chega a 100%.

"Pessoas que moram no Jacaré e são cadastradas em outras unidades da Região Oceânica, agora poderão se cadastrar neste novo módulo. Temos uma equipe de agentes de saúde que estarão trabalhando neste cadastramento nas próximas semanas. Sem dúvida, uma conquista não só para o Jacaré, como para toda a Região Oceânica e a cidade de Niterói", explicou Maria Célia.

De acordo com o presidente da Associação de Moradores do Jacaré, Edenilton Santos de Souza, a construção de uma unidade de saúde no bairro era uma demanda de mais de 20 anos. O módulo recebeu o nome de Enoc Joaquim Oliveira, que foi uma liderança comunitária no bairro e na cidade, eleito vereador em 1989.

"Hoje, estamos vendo um sonho ser realizado. Lutamos muito para ter esta unidade de saúde aqui. Além disso, o Jacaré está recebendo outras melhorias importantes como a pavimentação da estrada e a reforma da praça. Precisamos seguir avançando nas nossas conquistas para tornar o bairro cada vez melhor", afirmou Edenilton Santos.

Projeto inovador

A unidade do Jacaré é parte de um conjunto de iniciativas do PRO Sustentável, financiado pela Cooperação Andina de Fomento (CAF). A construção foi baseada no conceito ampliado de sustentabilidade que envolve, além dos aspectos ambientais, os aspectos econômicos, culturais e sociais.

Além de empregar técnicas construtivas e recursos tecnológicos característicos das construções que visam a sustentabilidade ambiental, a arquitetura prevê ambientes destinados a práticas alternativas de promoção da saúde e pretende, ainda, servir como modelo para divulgação dos sistemas e soluções implantados, estimulando ações de reprodução desses recursos.

A coordenadora do PRO Sustentável, Dionê Marinho Castro, contou que a edificação está articulada a outro espaço público, que abrigará ambientes de pesquisa e extensão através de convênio entre a prefeitura de Niterói e a Universidade Federal Fluminense (UFF), com foco em desenvolvimento de sistema alternativo de tratamento de esgotos domésticos, plantio de hortas comunitárias, centro de reciclagem de materiais e ações de educação ambiental, articulando Universidade e comunidade local

"A implementação desse centro de pesquisa conjugado à unidade do programa Médico de Família traz uma nova perspectiva para o olhar sobre a importância da sustentabilidade ambiental associada aos cuidados de saúde da população. Esses equipamentos utilizarão técnicas verdes e, desta forma, além de atenderem aos objetivos específicos a que se destinam, servirão ainda ao uso didático, apresentando várias possibilidades de aplicação de tecnologias verdes através da realização de cursos e seminários utilizando os exemplos adotados nas construções", detalhou Dionê.

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