Unidos do Porto da Pedra não teve sorte e acabou rebaixadaReprodução/Internet

São Gonçalo – A Unidos do Porto da Pedra, escola de São Gonçalo que seguia desfilando pelo Grupo Especial, no próximo ano estará na Série Ouro do Carnaval carioca. O Tigre de São Gonçalo, um ano após retornar à elite, teve problemas no domingo – quando abriu os desfiles na Sapucaí – e ficou em último lugar na apuração dos votos dos jurados. A leitura das notas foi feita na tarde desta quarta-feira de Cinzas.
A escola levou à Sapucaí o enredo "Lunário Perpétuo: A profética do saber popular", que explorava as influências do livro "Lunário" na cultura nordestina. A comissão de frente abriu o desfile com uma alegoria com holografias e uma dançarina ‘levitando’ a 12 metros de altura presa pelos cabelos. Parte de uma estátua do primeiro chassi do abre-alas quebrou durante o desfile, além de problemas com a evolução entre os quinto e sexto carros – o que deixou um espaço entre as alas. Na dispersão, uma mulher chegou a ser atingida por um dos carros. Mesmo assim, a escola Porto da Pedra conseguiu encerrar sem estourar o tempo regulamentar.
MOMENTO DE RESILIÊNCIA
O empresário e consultor José Ricardo Marques, diretor do Instituto Joãosinho Trinta (IJT), veio de Brasília especialmente para torcer e ver de perto a Unidos do Porto da Pedra. Ele fez uma avaliação do desempenho da sua escola de coração. “A Porto da Pedra mostrou suas garras e o rugido forte. Fez um belo carnaval, com incrível enredo como tema poderoso e futurista em sua essência. O Lunário Perpétuo deve ser referendado e reconhecido como lição para os tempos atuais, já que a leitura sempre deve ser louvada. O Tigre merece ser deslocado para cada parte de São Gonçalo e ser estampado com orgulho”, disse ele.
Para o povo gonçalense, a escola sempre foi sinônimo de vitória. “Só de termos uma escola de nossa cidade entre as principais das duas melhores séries do Carnaval carioca, já é uma glória. Assim como lutamos para voltar ao Grupo Especial, seguiremos lutando para sermos os melhores da Série Especial ano que vem. Como torcedora gonçalense e Tigre de coração, posso afirmar que nossa energia não acaba. Somos vitoriosos”, disse Elenice Silva Paixão, 42 anos, moradora do bairro Trindade.
Para o diretor do IJT, o gonçalense tem força, coragem e resiliência. “A vitória não veio e o retorno para divisão inferior não deve ser encarado com frustração e decepção. Aprender com o insucesso é uma virtude. Quem não está preparado para perder não está preparado para ganhar. A Porto da Pedra deve ocupar as ruas de São Gonçalo e o Tigre abre alas, se consagrar como um monumento do município. Somos São Gonçalo, somos guerreiros. Somos Tigres, conclui o consultor e ex-secretário de Cultura do Distrito Federal – que é cidadão de São Gonçalo.