O Porto do Açu, entre São João da Barra e Campos, é apontado como fundamental nas exportações Foto Prumo Logística/Divulgação

São João da Barra – A importância do Porto do Açu para a economia não só de São João da Barra, como de todo Norte do Estado do Rio de Janeiro fica mais evidente, a partir da constatação de que as exportações cresceram 19% (US$ 2,5 bilhões) em 2022, quando comparado ao ano anterior, na região.
A observação é do presidente da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) Norte Fluminense, Francisco Roberto de Siqueira, apontando redução do isolamento imposto pela pandemia e alta dos preços internacionais do petróleo como alguns dos fatores que contribuíram para o quadro favorável.
Publicados no Boletim Rio Exporta edição especial, produzido pela Firjan, os números mostram ainda um aumento de 56% em vendas internacionais originadas em São João da Barra, um montante de US$ 2 bilhões). Siqueira defende a construção de uma estrada de ferro como fundamental.
“Por isso, a Firjan insiste há anos, e vem levando o pleito às esferas federal e estadual, sobre a importância da Estrada de Ferro 118”, assinala o presidente, justificando: “Com ela (a ferrovia), poderemos exportar grãos do Centro Oeste, e levar de volta fertilizantes, movimentando e atraindo uma grande diversidade de indústrias e diminuindo a dependência do petróleo”.
O levantamento destaca os óleos brutos de petróleo como principais produtos no crescimento do volume exportado pela região (avanço de 26%) em 2022; foram 97%, equivalentes a US$ 2,4 bilhões. A Índia permanece como principal destino das exportações, contabilizando US$ 669 milhões.
Também o mercado dos Estados Unidos aparece de forma favorável, com 35% das vendas a ele destinados. A gerente de Desenvolvimento de Negócios Internacionais do Porto do Açu, Maartje Driessens, afirma que as operações do terminal de petróleo correspondem a 40% das exportações de petróleo do Brasil.
De acordo com Maartje, o Açu é o único terminal no país a realizar double banking (transbordo de óleo em área abrigada) e com capacidade para operar navios VLCC (os que realizam a maior parte do transporte transoceânico), de grande capacidade de carga, muito utilizados em exportações para a Ásia.
“Atualmente, o Açu é o segundo maior porto brasileiro em movimentação de cargas, com terminal para movimentação de granéis sólidos e carga de projeto”, observa a gerente, enfatizando: “A projeção de movimentação em 2023 é de aumento em 60%”.
O levantamento da Firjan aconteceu na manhã desta sexta-feira (31) e traz ainda a posição do Noroeste Fluminense em exportações; no mesmo período em relação a Norte, a região registra um aumento de vendas para o exterior de 31% (US$ 255 mil).
O resumo pontua que a elevação é reforçada por 78% a mais de exportações a partir de Itaperuna (US$ 38,2 mil), “e uma progressão de 147% nos embarques para o Uruguai (US$ 159 mil), principal destino das vendas da região, com 62% de participação”.
“As regionais fluminenses, exceto a capital, representaram 54% das exportações do estado (US$ 26 bilhões) e 66% nas importações (US$ 16,7 bilhões)”, acrescenta o estudo, concluindo: “Mais de 70% das vendas externas do estado corresponderam a óleo bruto de petróleo, enquanto o destaque na importação foi para equipamentos de aviação, com compras de motores e turbinas”.