Marcela Toledo diz que é normal nessa época do ano a elevação do nível da lagoa Foto Secom/Divulgação
Monitoramento de lagoa visa evitar que moradores próximos sofram alagamento
Ação é permanente e são estudadas estratégias que não gerem impactos ambientais
São João da Barra – Moradores próximos da Lagoa de Grussaí, no terceiro distrito de São João da Barra (RJ), estão na “pauta especial” do governo municipal, por conta de problemas que possam ser causados por transbordamentos, comuns nesta época do ano. O monitoramento é permanente e são estudadas estratégias que não gerem impactos ambientais.
Na última semana, uma ação foi realizada por agentes de diversas secretarias municipais e os moradores (alguns defendem a abertura da barra) foram orientados a, em caso de emergência, entrar em contato com o Centro Integrado de Operações de Segurança Pública (Ciosp), pelos telefones (22) 2741-1190 ou (22) 99915-3153 (ligação e WhatsApp).
A Defesa Civil Municipal solicitou parecer do Instituto Estadual do Ambiente (Inea) sobre uma solução adequada. A secretária de Meio Ambiente e Serviços Públicos, Marcela Toledo, afirma que é compreensível a apreensão dos moradores da região, mas não é favorável a iniciativas extremas.
Na opinião de Marcela, a abertura da barra é uma medida complexa: “É preciso ponderar os riscos e ameaças que pode gerar. É normal nessa época do ano a elevação do nível das lagoas que têm uma faixa marginal alagável de no mínimo 30 metros; porém, o problema é que as pessoas têm os seus quintais dentro dessa margem que não é edificável e acabam sofrendo o impacto”.
De acordo com a secretária, há vários pontos que podem acontecer impactos ambientais no momento, caso haja abertura da barra da Lagoa; justifica que é o período em que a piracema (reprodução dos peixes) terminou há poucos dias. “Consequentemente, a atividade pesqueira seria prejudicada, assim como a agrícola, já que a ação diminuiria o nível do lençol freático”.
QUESTÃO DA DENGUE - Outro fator apontado é que o período de chuva está chegando ao fim e a água da Lagoa é fundamental para o equilíbrio do sistema hídrico local, especialmente em períodos de estiagem, como o que se aproxima: “E a cheia no fim do período de verão faz parte do processo natural da Lagoa”, realça Marcela Toledo.
Está sendo considerada, ainda, preocupação com a proliferação do Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, chikungunya e zika vírus: “Em um momento de aumento dos casos de dengue, também é levado em consideração que a abertura da barra poderia criar novos focos de proliferação do mosquito, já que geraria diversos pontos de acúmulo de água inacessíveis ao tratamento”, pontua a secretária.
Cabe ao Inea, órgão responsável pelas lagoas no estado do Rio de Janeiro, fazer uma análise criteriosa da situação. “Reconhecemos a necessidade de medidas para amenizar os impactos da elevação do nível da Lagoa. Nosso trabalho é o de buscar alternativas viáveis para solucionar o problema, em conjunto com o Inea e demais órgãos competentes”, enfatiza o coordenador da Defesa Civil no município, Marco Antônio Ribeiro da Silva.
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